Funcionários do Acnur, a agência da ONU para Refugiados, têm mais chances de sofrer stress pós-traumáticos e ansiedade; mais de 2,5 assistentes humanitários participaram da pesquisa; 25% podem ter depressão.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
Uma pesquisa mostra que os funcionários da Agência da ONU para Refugiados, Acnur, estão expostos a sofrer impactos na saúde mental devido à natureza do seu trabalho.
Mais de 2,5 mil trabalhadores humanitários do Acnur e parceiros participaram do estudo, o primeiro do tipo feito pela agência da ONU. Aqueles que trabalham diretamente com pessoas vulneráveis, como refugiados e deslocados internos, têm mais risco de sofrer stress pós-traumático.
Exposição
A pesquisa feita pelo Acnur e pela Universidade Webster de Genebra também focou na prevalência da ansiedade, depressão e stress em geral. Durante o dia-a-dia no trabalho, os funcionários são expostos a situações que afetam o psicossocial.
Entre os participantes, 31% estão em risco de sofrer ansiedade e 25% em risco de ter depressão.
A vice-chefe do Acnur, Kelly T. Clements, afirma que “a saúde mental dos trabalhadores humanitários está cada vez mais sob pressão”. Ela diz ser hora de garantir uma boa saúde mental para “as mulheres e os homens que estão na linha de frente, cuidando de milhões de deslocados no mundo”.
Os dados coletados na pesquisa mostram a necessidade de aumentar o apoio psicológico aos trabalhadores humanitários. O Acnur já tem programas neste sentido e garante que irá priorizar as intervenções para funcionários que trabalham em locais de risco.