Chefe da Unmiss declara “investigação minuciosa” em visita a Malakal
Em fevereiro, a base de proteção de civis da ONU na área do Sudão do Sul foi cenário de combates que resultaram em 18 mortes e dezenas de feridos; Ellen Loj debate como evitar que incidentes semelhantes aconteçam no futuro; guerra civil no Sudão do Sul deslocou mais de 2,3 milhões de pessoas.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
A representante especial do secretário-geral das Nações Unidas no Sudão do Sul, Ellen Margreth Loj, visitou esta terça-feira a área de Malakal. Em fevereiro, a base de proteção de civis da ONU no local foi cenário de combates entre jovens Shilluk e Dinka, que causaram 18 mortes e dezenas de feridos.
A enviada disse que realizou a visita para prestar homenagem às vítimas e discutir como evitar que incidentes semelhantes aconteçam no futuro.
Investigação
Loj declarou ainda que haverá uma investigação minuciosa sobre o que ocorreu e fez um apelo para que as pessoas não tirem conclusões antes do fim da análise.
A visita da representante ocorreu no âmbito do Dia Internacional da Mulher, sobre o qual ela ressaltou a importância de garantir que as raparigas possam ir à escola e as mulheres tenham a oportunidade de contribuir para desenvolver o país.
Desafios
Equipas da Organização Internacional para Migrações, OIM, fornecem assistência de saúde primária e materna no centro de proteção de civis da ONU em Malakal e na província de Renk, próximo à fronteira com o Sudão.
A agência afirmou que as ações em Malakal têm sido particularmente desafiadoras uma vez que clínicas da OIM, que incluem uma nova maternidade, foram queimadas e destruídas durante o ataque à base da ONU a 17 e 18 de fevereiro.
Saúde Materna
A OIM abriu uma maternidade no hospital de Bentiu a 29 de fevereiro. Segundo a agência parceira da ONU, a medida marca a disponibilidade de serviços de saúde materna na cidade pela primeira vez em quase dois anos.
O hospital de Bentiu, que já foi uma instalação médica de referência, foi muito danificado durante os dois anos de guerra civil. O conflito armado destruiu grande parte da clínica no início de 2014.
Com apoio do Fundo das Nações Unidas para População, Unfpa, e a Organização Mundial da Saúde, OMS, a OIM equipou a ala da maternidade.
Guerra Civil
Desde dezembro de 2013, a guerra civil no Sudão do Sul deslocou mais de 2,3 milhões de pessoas.
A ONU calcula que cerca de 6,1 milhões de sul-sudaneses vão precisar de assistência este ano, com as condições de vida e segurança a piorar em áreas marcadas pela violência em todo o país.
*Apresentação: Eleutério Guevane.
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