“Cumprimento das normas é determinante para o avanço da Guiné-Bissau”
Avaliação é do embaixador de Angola junto às Nações Unidas, Ismael Martins, que preside o Conselho de Segurança em março; representante falou à Rádio ONU na capital Bissau no fim da missão do órgão ao país.
Amatijane Candé, da Rádio ONU em Bissau.
O embaixador de Angola junto à ONU, Ismael Martins, ressaltou o cumprimento das leis da República e dos regulamentos internos dos partidos como melhor forma de acabar com as recorrentes crises que têm assolado a Guiné-Bissau.
O diplomata, que preside o Conselho de Segurança no mês de março, falou à Rádio ONU no fim da missão do órgão ao país.
Império da Lei
Para Ismael Martins, o combate ao incumprimento das normas é determinante para o desenvolvimento económico do país. Segundo o representante, “ninguém investe onde as leis não são cumpridas” e é importante “deixar as instituições funcionarem”.
O diplomata fez alusão ao bloqueio institucional que paralisou o funcionamento da Assembleia Nacional Popular e do governo, que precisa ver promulgado o seu programa e aprovado o orçamento geral do Estado.
“Agora vamos deixar as instituições funcionarem, onde houver incumprimento das regras dos partidos é preciso que os partidos saibam aplicar aquilo que são as suas próprias normas. O Parlamento penso que é a mesma coisa, as regras têm que ser cumpridas, são regras básicas”.
Vontade Política
O embaixador angolano, que liderou a missão do Conselho de Segurança, apelou ao entendimento entre as partes desavindas e chamou atenção sobre a necessidade de se ultrapassar o impasse político o mais rapidamente possível.
“O partido maioritário mostrou-nos que aquando da criação do primeiro governo teve que torná-lo inclusivo. Vimos por parte do PRS a vontade do parlamento participar em algo aberto e com presidente a vontade de a Guiné-Bissau apresentar-se ao mundo como um país mais maduro”.
O diplomata elogiou a maturidade política demonstrada até aqui pelo povo da Guiné-Bissau e pelos militares na gestão desta crise. Ele afirmou que a solução deve ser encontrada pelos guineenses.
Na segunda-feira, a missão do Conselho de Segurança manteve sessões de trabalho com representantes do governo e da Assembleia Nacional Popular.
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