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5,5 bilhões de pessoas não têm acesso aos analgésicos que precisam

5,5 bilhões de pessoas não têm acesso aos analgésicos que precisam

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Relatório do Comitê Internacional para o Controle dos Narcóticos revela que muitos pacientes sofrem ou morrem de dor; 17% da população mundial usa 92% dos medicamentos à base de morfina.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

Muitas pessoas no mundo sofrem ou até morrem de dor porque não têm acesso aos medicamentos necessários. O alerta está sendo feito por especialistas das Nações Unidas, que lançaram um relatório esta quarta-feira.

Segundo o Comitê Internacional para o Controle de Narcóticos, 5,5 bilhões de indivíduos não têm acesso a analgésicos vitais, ou o acesso é limitado.

Países Ricos

A desigualdade é clara no caso dos medicamentos com morfina: 17% da população mundial usa 92% dos remédios com morfina que são vendidos com prescrição. Os beneficiados estão nos Estados Unidos, Canadá, Europa Ocidental, Austrália e Nova Zelândia.

Apesar de dois tratados internacionais sobre o assunto, os países não estão cumprindo o compromisso ligado à disponibilidade de medicamentos, especialmente nações de baixa renda.

Burocracia

O Comitê identifica a falta de ação dos governos e a excessiva burocracia entre as razões para que bilhões de pessoas sofram de dor. Isso tem levado ao aumento, nos últimos anos, do abuso de medicamentos vendidos com prescrição e mortes por overdose em países ricos.

O relatório revela que a situação é muito preocupante para as nações pobres, onde há aumento de condições que pedem o uso de analgésicos, como em casos de câncer.

Brasil

O Comitê faz recomendações a vários países, incluindo ao Brasil, para que garantam a disponibilidade adequada de medicamentos controlados. O país também é citado no relatório por ser “o maior mercado de cocaína da América do Sul”.

O total de apreensões caiu para quase 34 toneladas em 2014 e apenas 30% dessa cocaína tinha outros países como destino. O documento nota, porém, que o Brasil está intensificando a cooperação com entidades internacionais para conter o tráfico de cocaína.

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Foto: banco Mundial/Arne Hoel