Comitê da ONU debate igualdade de gênero e redução do risco de desastres
Sessão especial do Comitê da ONU para a Eliminação da Discriminação contra Mulheres, Cedaw, discutiu questões de gênero relacionadas à redução do risco de desastres e à mudança climática; consulta foi o primeiro passo na elaboração de uma recomendação geral sobre o tema.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.
Uma sessão especial do Comitê da ONU para a Eliminação da Discriminação contra Mulheres, Cedaw, na sigla em inglês, discutiu nesta segunda-feira questões de gênero relacionadas à redução do risco de desastres e à mudança climática.
A consulta foi o primeiro passo no processo de elaboração de uma recomendação geral sobre as dimensões de gênero destas questões.
Tsunami
A secretária-geral assistente da Organização Meteorológica Mundial, OMM, citou como exemplo o tsunami no Oceano Índico em 2004.
Elena Manaenkova afirmou que na tragédia morreram mais mulheres do que homens porque elas tinham “probabilidade menor de saber como nadar e roupas longas prejudicaram seus movimentos”.
Ela mencionou ainda que das 140 mil pessoas que morreram por conta das enchentes causadas pelo ciclone Gorky, em Banglaseh, em 1991, o número de mulheres superou o de homens em 14 vezes.
Para Manaenkova, algumas das razões para isso ter acontecido foram acesso insuficiente à informação e alertas precoces.
Plataforma
A Plataforma de Sendai para a Redução do Risco de Desastres, um plano internacional de 15 anos adotado em março do ano passado dá atenção à questão de gênero.
O objetivo é salvar vidas e reduzir o impacto econômico de catástrofes naturais e causadas pelo homem.
A estrutura é um plano global para a redução das perdas relacionadas a desastres e foi adotada no início deste ano durante a 3ª Conferência Mundial sobre Redução do Risco de Desastres. O documento enfatiza a importância dos sistemas de alerta precoce.
Igualdade de Gênero
Segundo o chefe do Escritório da ONU para a Redução do Risco de Desastres, Unisdr, Robert Glasser, a Plataforma de Sendai dá uma “importância significativa aos direitos humanos, à igualdade de gênero e à adaptação à mudança climática”.
Ele destacou que a questão de gênero foi um componente chave da mudança da Plataforma, de gestão de desastres para gestão do risco e abordagem de suas causas.
Entre as lacunas de gênero que precisam ser abordadas, Glasser citou a participação nas tomadas de decisão, gerenciamento de recursos, medidas de proteção social, educação e saúde, assim como acesso a alerta precoce.
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