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Aiea fornece técnica nuclear para ajudar Brasil no combate ao zika

Aiea fornece técnica nuclear para ajudar Brasil no combate ao zika

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Agência Internacional de Energia Atômica está doando um irradiador que deve chegar ao país nos próximos meses; técnica do mosquito estéril busca eliminar populações dos insetos que transmitem o vírus da doença.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.

A Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, anunciou planos de facilitar a transferência ao Brasil de uma técnica nuclear para reduzir as populações dos mosquitos que transmitem o zika vírus.

O objetivo é ajudar o país no combate à doença. Nesta semana, a agência está reunindo especialistas de todo o mundo em Brasília para discutir e fazer recomendações sobre métodos não convencionais de controle, como a técnica do inseto estéril no Brasil e na região.

Inseto Estéril

De Brasília, onde participa da reunião, o vice-diretor do Departamento de Ciências e Aplicações Nucleares da Aiea, Aldo Malavasi, falou à Rádio ONU.

“Já existe no Brasil uma organização social, que é a Moscamed Brasil, que já tem a capacidade de produzir um grande número desses mosquitos e esterelizá-los. A agência está doando um equipamento, um irradiador de Cobalto 60 que deverá chegar no Brasil nos próximos meses. Nós estimamos isso até aproximadamente julho, porque é uma logística complicada trazer equipamento da Europa até a cidade de Juazeiro, no interior da Bahia”.

Segundo Malavasi, ao mesmo tempo, a agência já está fazendo, até março, a transferência “da linhagem que será utilizada neste projeto”.

Bahia e Pernambuco

“Nós esperamos que, tudo junto, a produção aumentada e continuada dos insetos e a esterilização utilizando o Cobalto 60 nós, segundo o nosso cronograma, a partir de setembro nós teremos então a liberação desses milhares ou, esperamos depois de pouco tempo, milhões nesta área do interior do Brasil”.

O diretor da Moscamed, Jair Virgínio, afirmou que o irradiador vai permitir que a instalação “produza até 12 milhões de mosquitos machos Aedes aegypti estéreis, chegando a 750 mil pessoas em 15 municípios na Bahia e Pernambuco, estados que têm sido particularmente afetados pelo zika”.

Em 1º de fevereiro, a chefe da Organização Mundial da Saúde, OMS, Margaret Chan, que está no Brasil, declarou “que os recentes casos de microcefalia e outras anormalidades neurológicas relatados na América Latina, após casos semelhantes na Polinésia Francesa em 2014, constituem uma emergência de saúde pública de preocupação internacional”.

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Foto: Opas