ONU preocupada com acesso a mais de 85 mil novos desalojados em Darfur
Mulheres e crianças compõem maioria dos deslocados que receberam a visita da responsável humanitária no Sudão; dificuldades de cobertura levantam receios quanto a necessidades de emergência.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A escalada da violência nas últimas semanas provocou a fuga de cerca de 85 mil pessoas de aldeias de Jebel Marra, no estado sudanês de Darfur do Norte.
A coordenadora humanitária residente da ONU no Sudão contou esta quarta-feira que visitou mais de 22 mil desalojados no acampamento da área de Tawilla, cuja maioria era composta por mulheres e crianças. Marta Ruedas disse estar profundamente preocupada com a situação.
Movimentos
As Nações Unidas e os seus parceiros não tiveram acesso às áreas mais afetadas pelos deslocamentos em Darfur do Sul, apesar de relatos de movimentações em larga escala e das potencias necessidades de emergência.
O pedido é que o acesso a essas regiões "seja imediato, seguro e incondicional onde quer que estejam as pessoas carenciadas ". O objetivo é permitir que os afetados possam receber a assistência humanitária que precisam.
Acampamento
A coordenadora dirigiu um pedido particular às partes envolvidas para que permitam o acesso aos deslocados de Darfur Central. A área é o ponto de origem de grande parte dos que fugiram para Darfur do Norte.
Um exemplo é a área de Sortony, onde mais de 63 mil pessoas chegaram recentemente para pedir refúgio e recebem assistência próximo do acampamento das Nações Unidas.
Hostilidades
O local é o que regista o maior fluxo de pessoas com dados iniciais a indicar que os civis fugiram com o início das hostilidades, em meados de janeiro, para a área de Darfur do Norte pela falta de acesso ao auxílio.
Nesta terça-feira, um comboio de 11 camiões deixou a área de El Fasher e seguiu para Sortony com mais ajuda, incluindo alimentos.