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OMM defende que El Niño já atingiu o seu máximo

OMM defende que El Niño já atingiu o seu máximo

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Agência destaca que continuam efeitos do evento que foi um dos mais poderosos e impulsionou calor global recorde em 2015; diminuição nos próximos meses deve culminar com o fim do fenómeno no segundo trimestre de 2016.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O potente fenómeno climático El Niño "já atingiu o seu máximo, mas permanece forte e vai continuar a influenciar o clima global", segundo a Organização Meteorológica Mundial, OMM.

Em comunicado, publicado esta quinta-feira, a agência prevê que o evento possa enfraquecer nos próximos meses e desaparecer no segundo trimestre de 2016.

Condições Extremas

O secretário-geral da OMM disse que foi testemunhado um dos mais poderosos eventos de todos os tempos, que causou condições meteorológicas extremas em países de todos os continentes.

Petteri Taalas sublinha que o El Niño ajudou a impulsionar o calor global recorde em 2015.

De acordo com a agência da ONU, as temperaturas da superfície do mar nas partes oriental e central do Oceano Pacífico estiveram mais de 2 ºC acima da média no fim do ano passado.

Chuvas Torrenciais

O facto fornece evidências de que El Niño de 2015-2016 é um dos mais fortes já registados, se comparado aos eventos de 1997-98 e 1982-83. Entretanto, a OMM declara que ainda é muito cedo para concluir se o fenómeno foi "o mais forte".

Taalas disse haver áreas da América do Sul e da África Oriental que ainda estão a recuperar de chuvas torrenciais e inundações.

África

De acordo com o comunicado, o custo económico e humano da seca torna-se cada vez mais evidente na África Austral, no Corno de África, na América Central e numa série de outras regiões.

Lições Aprendidas

O responsável disse que o mundo esteve melhor preparado que nunca para este evento. Com estudos científicos, a ideia é melhorar a compreensão do El Niño e as inter-relações entre este fenómeno que ocorre naturalmente e as mudanças climáticas induzidas pelo homem.

Taalas disse ainda que as lições aprendidas com o atual El Niño serão usadas para construir ainda maior "resiliência a riscos relacionados com o clima, que aumentarão como resultado da mudança climática ".

Insegurança Alimentar

A OMM menciona os impactos na África Oriental onde o fenómeno é frequentemente ligado a fortes chuvas entre outubro e dezembro em países como Quénia e Uganda. A falha das chuvas de primavera na Etiópia e a mudança do seu padrão no verão provocaram grave insegurança alimentar.

Moçambique está entre os países da África Austral afetados por chuvas abaixo da média. Na mesma situação estão Lesoto, Malaui, África do Sul, Suazilândia e Zimbabué onde mais de 40 milhões de pessoas podem sofrer insegurança alimentar.

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Agricultor de uma área afetada pelo El Niño na Suazilândia. Foto: FAO