Angola: necessários 7 milhões de vacinas contra febre-amarela que matou 51
Representante da OMS disse haver situações em que 100% das casas têm o vetor Aedes Aegypti; Ministério da Saúde registou 241 casos em Luanda; agência da ONU busca reforçar logística para plano de resposta.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, disse que 7 milhões de angolanos devem tomar a vacina contra a febre-amarela que já fez mais 51 mortos. Os que pretendem visitar o país foram aconselhados a ter imunização.
O representante da agência em Angola, Hernando Agudelo, disse à Rádio ONU, de Luanda, que a agência apoia a busca de fundos para a vacinação depois de ter sido identificada a primeira epidemia da doença em cerca de 30 anos.
Luanda
"Já se disponibilizaram 6 milhões de vacinas, dos quais 4 milhões já chegaram a Angola. Estamos agora a ver não só a possibilidade, mas também como fazer, para disponibilizar 1,3 milhões adicionais de doses que são precisas para vacinar os quase 7 milhões de pessoas que vivem em toda a província de Luanda."
De acordo com as autoridades sanitárias angolanas, 241 pessoas já foram infetadas e mais de 450 mil receberam a vacinada na capital.
O centro do surto é o subúrbio de Viana, a leste de Luanda, onde pelo menos 29 pessoas perderam a vida e foram registados 92 casos.
Aedes Aegypti
O chefe da OMS em Angola falou de uma campanha de sensibilização que decorre após terem sido identificadas grandes quantidades do mosquito Aedes aegypti, que transmite a doença.
"Ficam dentro das casas. Em vasos de flores, plantas. Há quantidades de criadouros identificados. Chegou-se a alguns casos onde 100% das casas têm vetores dentro delas. Estamos isso, a fumigar as casas e a fazer a luta para matar as larvas dentro dos depósitos de água e evitá-las."
O apoio da OMS ao Ministério da Saúde de Angola iniciou com a identificação de casos de dezembro. A pesquisa foi feita quando apareceram os primeiros casos de febres e de icterícia.
A agência disse que está envolvida na busca de fundos para reforçar a logística como parte do apoio ao plano de resposta à doença.