Violência no Afeganistão bateu recorde em 2015, com 11 mil vítimas civis
Relatório das Nações Unidas destaca que 3,5 mil foram mortos e outros 7,5 mil civis ficaram feridos nos confrontos; representante da organização declara que números são inaceitáveis.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
Um relatório divulgado pelas Nações Unidas neste domingo revela que a violência no Afeganistão atingiu um novo recorde em 2015, com 11 mil vítimas. Cerca de 3,5 mil civis foram mortos e outros 7,5 mil ficaram feridos.
O representante do secretário-geral no país declarou que o preço pago pelos civis “é totalmente inaceitável”. Nicholas Haysom é também chefe da Missão da ONU no Afeganistão, Unama.
Explosivos
O relatório foi produzido pela Missão em parceria com o Escritório da ONU para os Direitos Humanos. O aumento dos confrontos em áreas populosas, juntamente com ataques suicidas e uso de explosivos nas principais cidades do país foram as principais causas das milheres de mortes e de pessoas feridas.
Haysom reforça a necessidade de se aumentar a proteção dos civis para evitar uma situação similar neste ano. Segundo ele, apesar dos números serem “péssimos”, as estatísticas do relatório não refletem o “real horror do fenômeno”.
Mulheres e Crianças
O chefe da Unama explicou que muitas crianças estão entre as vítimas; comunidades sofrem com as perdas de colegas e familares; pais estão em luto pela morte de filhos e filhos estão em luto por perderem seus pais.
Por sua vez, o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Al Hussein, pediu justiça ao povo afegão e destacou que os culpados por tanta violência precisam ser responsabilizados.
Segundo o relatório, forças anti-governo causaram 62% dos incidentes envolvendo civis. Em 2015, houve ainda um aumento de 37% das mulheres vítimas e de 14% das crianças que foram mortas ou ficaram feridas nos ataques.
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