3,6 milhões de haitianos sofrem com insegurança alimentar
Agência da ONU afirmou que situação piorou este ano no Haiti com o efeito climático El Niño; PMA diz que 1,5 milhão de pessoas estão em condições severas de falta de comida.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
O Programa Mundial de Alimentos, PMA, afirmou que 3,6 milhões de haitianos estão sofrendo de insegurança alimentar no país.
Segundo a agência da ONU, entre eles, 1,5 milhão estão em situação grave. Pelo terceiro ano consecutivo, o Haiti sofre com uma forte seca, agravada ainda mais agora pelo efeito climático El Niño.
Chuvas
O PMA disse que essa condição causou um aumento do número de pessoas na pobreza e passando fome. Além disso, dobrou a fatia da população em insegurança alimentar severa.
A vice-diretora da agência no Haiti, Wendy Bigham, disse que “sem chuvas na primavera deste ano, os agricultores vão perder a quarta safra consecutiva, da qual dependem para alimentar a família”.
Ela afirmou que a comunidade internacional tem de ajudar a suprir as necessidades imediatas dessas pessoas e aumentar a capacidade de resiliência.
Perdas
De acordo com o PMA, a colheita de 2015 registrou perdas de até 70% em algumas áreas. Isso tem efeito direto em vários setores, já que a agricultura emprega metade da força de trabalho do Haiti e 75% da população vive com menos de US$ 2 por dia, o equivalente a R$ 8.
Em coordenação com o governo, o PMA está distribuindo comida para 120 mil haitianos desde novembro nas regiões mais afetadas pela seca. A ajuda consegue suprir as necessidades de uma família de cinco pessoas por um período de dois meses.
Entre os itens fornecidos estão arroz, feijão, óleo, açúcar e sal. A agência da ONU informou que a assistência às famílias é essencial até, pelo menos, a próxima safra em julho.
Para atender às necessidades básicas de 1 milhão de haitianos, o PMA vai precisar de US$ 84 milhões.
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