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Ocha alerta sobre "insegurança alimentar alarmante" na Somália

Ocha alerta sobre "insegurança alimentar alarmante" na Somália

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Previsão é que 3,7 milhões de pessoas estejam na fase mais aguda até meados do ano; escritório da ONU estima que quatro em cada 10 pessoas precisam de assistência humanitária no país do Corno de África.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A insegurança alimentar na Somália é alarmante, revela um estudo divulgado esta segunda-feira em Mogadíscio. Cerca de 4,7 milhões de pessoas, equivalentes a quatro em cada 10 somalis, precisam de assistência humanitária.

As áreas que requerem mais atenção são Puntlândia e Somalilândia, por sofrerem os piores efeitos da seca. O Escritório da ONU de Assistência Humanitária, Ocha, destaca que o fenómeno climático El Niño piora a situação.

Necessidades

Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, 950 mil pessoas do grupo sofrem insegurança alimentar aguda. Os deslocados internos formam 68% desse total.

O coordenador humanitário da ONU na Somália, Peter de Clercq, disse haver profunda preocupação com tal proporção alarmante, especialmente dos que não são capazes de satisfazer as suas necessidades alimentares diárias.

Prevê-se que 3,7 milhões de pessoas enfrentem insegurança alimentar aguda até meados de 2016. Com a piora das condições de seca severa na Puntlândia e na Somalilândia, muito mais pessoas correm o risco voltar a ficar em crise.

Crianças

De Clerq chamou a atenção para 305 mil crianças menores de cinco anos com desnutrição aguda. Mais de 58,3 mil delas podem morrer se não forem tratadas, um número que pode aumentar devido à seca.

O responsável pediu ação imediata ao destacar que os parceiros estão prontos para reforçar a resposta, que agora é limitada pela falta de fundos para garantir que as suas ações decorram a tempo.

Pastos e Água

Chuvas erráticas causaram o fracasso quase total da produção de cereais na Puntlândia e Somalilândia em 2015. Nas áreas semi-autónomas, diminuíram os pastos e a água para o gado, piorando a situação de forma significativa.

O aumento da circulação do gado, que inclui animais dos vizinhos Etiópia e Djibuti, pressiona as áreas próximas das duas regiões.

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Segundo representante da ONU, são 305 mil crianças menores de cinco anos com desnutrição aguda. Foto: Unicef Somália/2015/Rich