Novas alegações de abuso sexual surgem contra soldados de paz da Minusca
Missão da ONU identificou sete novas possíveis vítimas de exploração e abuso sexual em Bambari; representante do secretário-geral na República Centro-Africana afirmou que “não vai descansar até que esses atos hediondos sejam descobertos, os autores punidos e os incidentes acabem”.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.
A Missão da ONU na República Centro-Africana, Minusca, identificou sete novas possíveis vítimas de exploração e abuso sexual em Bambari.
Os casos foram levados à atenção da Missão em 21 de janeiro por uma equipe de pesquisadores da ONG Human Rights Watch para que as vítimas recebessem cuidados médicos e psicossociais e para prestação de contas por quaisquer supostos dos crimes.
Investigação
Ao receber estas alegações, a Minusca enviou um especialista do escritório de fiscalização interna da ONU, Oios, na singla em inglês, para Bambari.
Segundo a Missão, o escritório encontrou evidências iniciais suficientes de que “cinco das vítimas eram menores e foram abusadas sexualmente, e uma era adulta foi explorada sexualmente”.
O Oios não foi capaz de entrevistar a 7ª suposta vítima, segundo relatos, menor de idade. Uma das alegações enviadas à Minusca pela Human Rights Watch foi relatada anteriormente e está atualmente sob investigação.
Gravidade
Os soldados implicados nestes casos são do Congo e da República Democrática do Congo. Os governos de ambos os países foram notificados das alegações e foi socilitado que iniciassem investigações.
As autoridades nacionais da República Centro-Africana também foram informadas.
Devido à gravidade dessas alegações e a informações recolhidas inicialmente, as Nações Unidas decidiram tomar medidas imediatas, incluindo a repatriação de 120 soldados da República do Congo que foram enviados a Bambari entre 17 de setembro e 14 de dezembro de 2015.
A repatrição vai ocorrer após a realização de uma investigação. Enquanto isso, os soldados ficarão confinados ao quartel.
Crime Duplo
O representante especial do secretário-geral para a República Centro-Africana e chefe da Minusca viajou a Bambari nesta quinta-feira com uma delegação de alto nível.
Parfait Onanga-Anyanga expressou seu “ultraje e vergonha”, lembrando as tropas que “abuso e exploração sexual é uma grave brecha no regulamento da ONU e uma violação de direitos humanos”.
Ele afirmou que esse é um “crime duplo que afeta as mulheres e crianças vulneráveis” que os soldados foram enviados para proteger e recomendou medidas adicionais emergenciais de mitigação.
Modo de Combate
Falando a jornalistas após a visita, Onanga-Anyanga afirmou que a Minusca está em “modo de combate” e declarou que “não vai descansar até que esses atos hediondos sejam descobertos, os autores punidos e os incidentes acabem”.
O chefe da Missão agradeceu todos os parceiros pelo papel que estão desempenhando em relatar as alegações e no cuidado às vítimas.
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