Conselho de Segurança acompanha relatos de "situação sombria" no Burundi
Embaixadores revelaram detalhes da visita para averiguar política e segurança; representantes abordaram envio de 100 observadores militares e de direitos humanos da União Africana.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Conselho de Segurança discutiu esta sexta-feira o informe de representantes do órgão que há uma semana visitaram o Burundi. A busca de uma solução para a tensão política e a violência foi discutida com as várias partes do país.
O embaixador da França junto à ONU disse ao Conselho que os encontros incluíram membros da "oposição radical sem representação nas instituições" locais.
Imagem Sombria
O diplomata revelou que estes passaram o que considera de "uma imagem particularmente sombria da situação política e de segurança".
François Delattre destacou que há uma "visão de que um genocídio estaria na forja e pode explodir no Burundi".
Os encontros do órgão na capital burundesa envolveram o presidente, a oposição, os antigos chefes de Estado além de defensores dos direitos humanos, da sociedade civil e da imprensa independente.
A delegação que esteve Bujumbura incluiu os embaixadores que nas Nações Unidas representam Angola e Estados Unidos, além do vice-embaixador da França.
União Africana
Após a segunda visita do Conselho ao país num ano, o grupo seguiu para a sede da União Africana. A crise burundesa foi abordada em Adis Abeba com o Conselho de Paz e Segurança da organização.
Desde abril, o Burundi regista episódios de violência após a decisão do presidente Pierre Nkurunziza de concorrer ao segundo mandato. A ONU estima que centenas de pessoas morreram e cita relatos de violação de direitos humanos.
O embaixador do Egito junto à ONU organizou a digressão africana do Conselho. Amr Abdellatif Aboulatta disse que os dois órgãos frisaram a necessidade de um diálogo nacional inclusivo para a solução política da crise do Burundi.
Restaurar a Segurança
O diplomata revelou que as conversações de Adis Abeba destacaram que é preciso apoiar o processo para restaurar a segurança e dar proteção adequada aos civis burundeses.
A previsão de envio de 100 observadores militares e de direitos humanos da União Africana também foi discutida. Como referiu, esse envio permitiria monitorizar melhor a situação e seria um "ponto de entrada construtivo para o debate com o Governo do Burundi".
Os órgãos manifestaram o seu apoio aos esforços regionais de mediação liderados pelo Uganda, mas revelaram "preocupação com o progresso lento das negociações".
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