ONU Mulheres diz que mudanças climáticas atrasam fim da desigualdade
Vice-chefe da agência afirma que acesso a mais recursos aumentaria em até 25% a produtividade feminina nas terras; declarações foram feitas na Semana de Sustentabilidade que encerra em Abu Dhabi.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
Um alto funcionário das Nações Unidas alertou esta quinta-feira que está a fechar a janela de oportunidades para uma rápida redução das disparidades de género por causa das alterações climáticas.
As declarações foram feitas à Rádio ONU, em Abu Dhabi, pelo subsecretário-geral assistente da ONU e vice-diretor executivo da ONU Mulheres para Políticas e Programas.
Mercados
Para Yannick Glemarec, ao baixar as disparidades de género no acesso a recursos como terra, tecnologia ou informação em mercados financeiros, a produtividade das mulheres aumentaria entre 20 e 25% nas terras agrícolas.
Glemarec disse tratar-se de uma "enorme oportunidade" de desenvolvimento. Como explicou, com tal desempenho seria alcançado um terço das 169 metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
A capital dos Emirados Árabes Unidos encerrou a Semana de Sustentabilidade, que teve aproximadamente 30 mil visitantes de mais de 170 países. O evento contou com o apoio das Nações Unidas.
Desafios Urgentes
Glemarec disse haver "tempo muito limitado para entrar em ação" porque as mudanças climáticas vão agravar as barreiras já enfrentadas pelas mulheres.
A meta é intervir para identificar e executar respostas aos desafios mais urgentes em termos de desenvolvimento sustentável.
O representante disse que um maior envolvimento na promoção das mulheres é importante para a ação climática, e que a ONU Mulheres trabalha para tratar das disparidades de género quanto à agricultura resistente ao clima.
*Apresentação: Michelle Alves de Lima.
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