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Moçambique empenhado no combate a crimes contra albinos

Moçambique empenhado no combate a crimes contra albinos

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Declaração foi feita à Rádio ONU pelo ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos; cerca de 50 suspeitos foram presos; Abdulrremane Lino de Almeida dirige grupo que apresenta situação do país no Conselho de Direitos Humanos.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas realiza esta semana a Revisão Periódica Universal de diversos países, incluindo Moçambique.

À margem da sessão, que decorre em Genebra, o ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos do país falou à Rádio ONU da questão da “perseguição e assassinato” de pessoas com albinismo.

Resolução

Segundo Abdulrremane Lino de Almeida, dezenas de pessoas já foram presas suspeitas de cometer a prática associada à superstição. A ONU já emitiu uma resolução que condena o tipo de violência.

“O governo de Moçambique está extremamente empenhado nesse assunto, foi até ao parlamento para apresentar essa situação, e já elaborou um plano integrado de curto, médio e longo prazo. Fundamentalmente, esse plano envolve a necessidade de trabalhar em parceria com a comunidade, com a sociedade civil, com as autoridades comunitárias, sobretudo com as rádios comunitárias que estão nos distritos, para disseminar informação para educar a população, porque esse mal não é, não representa a maneira de ser dos Moçambicanos”.

O ministro disse ainda que decorrem investigações relacionadas a esses casos.

Investigações

“Temos perto de 50 pessoas presas e do que estamos a apurar das investigações estamos a considerar que o que está por detrás é o obscurantismo e a ignorância. (..) Temos mais ou menos 20 casos em Nampula, mais ou menos 15 na Zambézia, temos também alguns no Niassa e temos dois casos em Inhambane, até o momento. Portanto, acredito que não chegam ainda aos 50, mas temos mais ou menos, então a situação é grave ainda assim.”

Moçambique é um dos 154 países avaliados no segundo ciclo da revisão dos direitos humanos.

A reunião faz uma análise de dados de peritos e grupos independentes de direitos humanos que incluem a ONU e outras partes interessadas como  instituições do país, organizações regionais e grupos da sociedade civil.

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Foto: Acnur/H. Caux