ONU afirma que civis são mortos deliberadamente em conflitos armados
Alerta foi feito pelo subsecretário-geral durante debate no Conselho de Segurança; Jan Eliasson disse que civis estão sendo também torturados, sequestrados e que a violência sexual é generalizada.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
O subsecretário-geral da ONU, Jan Eliasson, alertou esta terça-feira que “grandes números de civis são assassinados de forma deliberada ou imprudente em conflitos armados no mundo”.
A declaração foi feita em debate sobre o problema no Conselho de Segurança. Eliasson afirmou os civis estão sendo também torturados, amputados e sequestrados.
Violência Sexual
O vice-chefe da ONU disse ainda que a violência sexual predomina nas regiões de conflito.
Eliasson afirmou que nos últimos 40 anos, a comunidade internacional alcançou progressos para estabelecer normas internacionais de proteção de civis e garantir que os responsáveis pelos crimes sejam levados à justiça.
Ele disse que apesar disso, a realidade é “triste e desoladora”. Jan Eliasson repetiu a declarações feitas anteriormente pelo chefe da ONU, Ban Ki-moon e pelo presidente da Cruz Vermelha, Peter Maurer.
Eles deram um basta na situação dizendo que “até mesmo a guerra tem regra e é a hora de aplicá-las”.
Medidas
O subsecretário-geral citou quatro medidas que a comunidade internacional pode adotar para combater esse problema.
Em primeiro lugar, Eliasson disse que é importante relembrar às partes envolvidas em conflitos de suas obrigações perante a lei internacional para respeitar e proteger os civis.
Em segundo, todos os países devem fazer mais para prevenir conflitos e situações que coloquem em risco a população civil. Ele explicou que isso exige consideração e ação do Conselho de Segurança.
Jan Eliasson deixou claro que “onde as violações persistirem tem de haver prestação de contas”.
E por fim, os governos devem fazer mais para proteger pessoas deslocadas por conflitos, especialmente os considerados mais vulneráveis, que são mulheres e crianças.
O subsecretário-geral disse ainda que a proteção de civis em conflitos armados será um dos temas centrais da Conferência Humanitária Mundial, que vai acontecer em maio em Instambul, na Turquia.