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Agências da ONU pedem fim do cerco a comunidades na Síria

Agências da ONU pedem fim do cerco a comunidades na Síria

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Diretores regionais do Unicef e da OMS afirmaram que durante missão à Madaya, “as equipes encontraram diversas crianças famintas, algumas gravemente desnutridas, ao lado de adultos na mesma condição”.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.

Os diretores regionais do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, e da Organização Mundial da Saúde, OMS, emitiram uma declaração conjunta onde pedem o fim do cerco a comunidades na Síria.

Ala Alwan e Peter Salama saudaram a entrega de suprimentos humanitários esta semana às comunidades de Madaya, Foua e Kafraya como um passo “bem-vindo” para a população em “desesperada necessidade”.

Desnutrição Grave

Eles afirmaram que durante a missão à Madaya, “as equipes encontraram diversas crianças famintas, algumas gravemente desnutridas, ao lado de adultos na mesma condição”.

Em entrevista à Rádio ONU, a representante do Unicef na Síria falou sobre a situação no local.

Hanaa Singer afirmou que as pessoas estavam “um pouco mais calmas” porque haviam recebido comida.

Médicos

A população da cidade, de 40 mil pessoas, está sendo atendida por apenas dois médicos, com capacidade limitada de salvar as vidas dos civis.

Segundo os diretores regionais das agências, os serviços médicos, incluindo de vacinação, estão entrando em colpaso. As crianças em Madaya não foram vacinadas contra pólio, sarampo e outras doenças nos últimos 10 meses.

Vidas Perdidas

Na nota, eles afirmaram que a situação na cidade não é única. Em todo o país, áreas civis estão sitiadas em 15 diferentes localidades, por várias partes do conflito.

Cerca de 400 mil pessoas estão presas nessas regiões, com acesso muito restrito à comida, à água limpa, cuidados de saúde e outros serviços básicos. Como resultado, várias vidas foram perdidas, principalmente entre crianças e idosos.

No país, mais de 4 milhões de pessoas vivem em áreas difíceis de alcançar e com acesso apenas esporádico a suprimentos humanitários.

Tática de Guerra

No comunicado, os diretores regionais do Unicef e da OMS disseram ainda que o cerco e a negação de acesso humanitário a civis continua sendo usado com tática de guerra, em violação ao Direito Humanitário Internacional.

Os representantes das duas agências da ONU afirmaram que é necessária a suspensão imediata dos cercos na Síria, seguida de avaliações de saúde e outras necessidades da população, fornecimento de cuidados no local e retirada dos feridos e doentes para tratamento.

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Cerca de 400 mil pessoas estão presas nas comunidades de Madaya, Foua e Kafraya. Foto: Unicef/Al Saleh