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Unicef: 1 em cada 4 crianças em zonas de conflito está fora da escola

Unicef: 1 em cada 4 crianças em zonas de conflito está fora da escola

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Em 22 países afetados por combates, cerca de 24 milhões de menores estão fora das salas de aula; no Sudão do Sul proporção chega a 51% das crianças sem acesso à educação.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, fez um alerta: em 22 países afetados por conflito, cerca de 24 milhões de crianças que vivem em zonas de crise estão fora da escola.

A análise destaca que aproximadamente 25% das 109,2 milhões de crianças em idade escolar primária e secundária, normalmente entre seis e 15 anos, vivendo em áreas de conflito não estão estudando.

África

O Sudão do Sul é o país que tem a maior proporção de crianças fora da escola, com 51% dos menores com idade para estar no ensino primário ou secundário sem acesso à educação.

O Níger vem em segundo, com 47%, seguido do Sudão, com 41%. No Afeganistão, a proporção é de 40%.

Perdendo o Futuro

A chefe de Educação do Unicef afirmou que crianças vivendo em países afetados por conflito “perderam suas casas, familiares, amigos, segurança e rotina”.

Jo Bourne alertou ainda que, agora, sem poder aprender a ler nem escrever, os menores “correm o risco de não ter um futuro e perder a oportunidade de contribuir com suas sociedades e economias quando se tornarem adultos”.

Coleta de Dados

Segundo o Unicef, em países afetados por conflito, coletar dados sobre crianças é “extremamente difícil”. Assim, esses números podem não representar de forma adequada a “profundidade do desafio”.

A agência teme que, a não ser que a educação seja priorizada em emergências, uma geração de crianças vivendo em locais de conflito vai crescer sem ter as habilidades que precisam para contribuir com seus países e economias.

Isto iria agravar uma situação “já desesperadora” para milhões de menores e suas famílias.

Financiamento

A educação continua sendo um dos setores menos financiados em apelos humanitários. Em Uganda, por exemplo, onde o Unicef está fornecendo serviços para refugiados sul-sudaneses, o setor enfrenta um déficit de financiamento de 89%.

A agência destacou ainda que durante situações de instabilidade e violência, as escolas se tornam mais do que um local de aprendizado.

O Unicef está trabalhando para criar ambientes seguros, onde crianças possam aprender e brincar para restaurar normalidade a suas vidas.

Apesar dessas ações, restrições de segurança e déficit de financiamento têm afetado a educação e distruibuição de materiais escolares em áreas de conflito.

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Photo Credit
Estudantes na África. Foto: ONU/Eskinder Debebe