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Iémen: mais de 250 mil pessoas vivem em "virtual estado de sítio" em Taiz

Iémen: mais de 250 mil pessoas vivem em "virtual estado de sítio" em Taiz

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OMS chama atenção a serviços parcialmente suspensos em todos os hospitais da cidade; locais registam sobrecarga de feridos; camiões com medicamentos e suprimentos médicos impedidos de entrar na área há cerca de um ano.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, manifestou preocupação com o agravamento da situação humanitária na cidade de Taiz, no Iémen.

Em nota emitida esta quinta-feira na capital iemenita Sanaa, a agência da ONU destaca que o terceiro maior centro urbano do país tem mais de 250 mil pessoas a viver em "virtual estado de sítio" desde novembro passado.

Insegurança

Os seis hospitais da cidade foram obrigados a interromper uma parte dos seus serviços e estão sobrecarregados com pacientes feridos. Agências humanitárias esforçam-se para entregar suprimentos médicos e cirúrgicos com a insegurança.

A OMS anunciou o envio de cinco camiões com medicamentos e suprimentos médicos, que entretanto foram impedidos de entrar na cidade desde 14 de janeiro passado.

Necessidade Urgente

Os veículos transportam medicamentos para traumatismos e para tratar diarreias, além de suprimentos de saúde urgentemente necessários para hospitais de cidades como Al-Thawra, Al-Jumhoori, Al-Rawdhaand  e Al-Mudhaffar.

De acordo com a agência, três desses camiões transportam 500 cilindros de oxigénio que são extremamente necessários nesses hospitais.

Assistência

A todas as partes envolvidas no conflito, a OMS apelou que permitam a circulação segura e a prestação de assistência médica humanitária a todos independentemente da sua localização.

Em tempos de crise, é vital que se mantenham unidades de saúde funcionais e que seja dado um acesso sem interrupção às pessoas necessitadas de cuidados médicos para salvar vidas.

Mortos e Feridos

De acordo com as Nações Unidas, cerca de 2,8 mil pessoas morreram e devido ao conflito entre finais de março e dezembro passado.

No período, a estimativa é que 5,3 mil pessoas ficaram feridas nos ataques aéreos da coligação liderada pela Arábia Saudita e em confrontos levados a cabo por grupos armados locais com destaque para as milícias Houthis.

Photo Credit
Camião com suprimentos médicos para o Iémen. Foto: OMS Iémen