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ONU pede “calma e moderação” após execução de clérigo na Arábia Saudita

ONU pede “calma e moderação” após execução de clérigo na Arábia Saudita

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Secretário-geral quer que seja evitado agravamento de tensões sectárias; medida foi alvo de protestos na embaixada saudita em Teerão; de acordo com a ONU, 157 pessoas foram condenadas à morte no país.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, apelou à calma e moderação após a execução de um proeminente clérigo xiita e de outros presos na Arábia Saudita.

No sábado, as autoridades do país anunciaram que o Sheikh Nimr Baqir al-Nimr foi um dos 47 executados por acusações relacionadas ao terrorismo. O incidente provocou condenação e protestos que incluem o ataque à embaixada saudita na capital iraniana, Teerão.

Tensões

Num comunicado emitido pelo seu porta-voz, Ban pediu aos líderes regionais que trabalhem para evitar o agravamento das tensões sectárias.

O chefe da ONU deplorou as manifestações violentas contra a representação saudita em território iraniano. No sábado, manifestantes invadiram o local  e lançaram cocktails Molotov contra as instalações e destruíram móveis.

Dúvidas

Ban disse que por várias vezes abordou o caso do clérigo com as autoridades sauditas. O secretário-geral explica que o julgamento do líder religioso e de vários executados levantou dúvidas quanto à natureza das acusações e à justiça do processo

Ban Ki-moon instou a Arábia Saudita a comutar todas as penas de morte, como parte do crescente movimento global para abolir a pena capital.

Aumento de Execuções

O apelo do chefe da ONU foi reafirmado pelo alto comissário das Nações Unidas para os Direitos humanos, Zeid Al Hussein, que além de encorajar o governo saudita a impor uma moratória sobre as execuções pediu que trabalhasse com a organização em "outras estratégias para combater o terrorismo."

Zeid também expressou preocupação com o que chamou de “recente aumento acentuado em execuções” na Arábia Saudita.

De acordo com a ONU, 157 pessoas foram condenadas à morte no ano passado em comparação com 90 casos de 2014. Os números registados em anos anteriores foram menores.

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Photo Credit
Ban Ki-moon disse que julgamento do líder religioso e de vários executados levantou dúvidas. Foto: ONU/Amanda Voisard