Cerca de 500 mil refugiados a viver em campos no norte do país vão receber rações alimentares reduzidas da agência da ONU; causa é financiamento insuficiente; maior parte dos deslocados são da Somália e do Sudão do Sul.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Cerca de 500 mil refugiados que vivem nos campos de Dadaab e Kakuma, no norte do Quénia, vão receber menos rações alimentares do Programa Mundial de Alimentação, PMA.
A causa da redução é o financiamento insuficiente. A maior parte destes deslocados são da Somália e do Sudão do Sul.
Último Recurso
O corte de 50% começa neste sábado. Este acontece no momento em que o PMA espera levantar US$ 38 milhões para cobrir a sua operação para refugiados nos próximos seis meses. Isto inclui US$ 15,5 milhões que seriam urgentes para lidar com “necessidades alimentares” até janeiro de 2015.
Segundo o vice-diretor do PMA no Quênia, Paul Turnbull, “cortar rações é o último recurso e a agência está a fazer isto para prolongar os alimentos limitados que atualmente tem disponível para as próximas dez semanas, enquanto continua a apelar à assistência da comunidade internacional”.
Contribuições Voluntárias
A cada mês, a agência da ONU distribui 9,7 mil toneladas de alimentos para cerca meio milhão de refugiados no Quénia, com um custo de quase US$ 10 milhões.
Segundo a diretora regional do PMA para a África Central e Oriental, Valerie Guarnieri, a agência depende inteiramente de contribuições voluntárias.
O órgão prevê distribuir rações reduzidas à metade até o final de janeiro do próximo ano, altura em que se espera que chegue um carregamento de assistência alimentar doado pelos Estados Unidos e suficiente para seis semanas.
Crianças
Em 2014, doadores internacionais contribuiram com US$ 68,8 milhões para apoiar a assistência alimentar para refugiados no Quénia. O PMA também fornece alimentos especiais fortificados para crianças, mulheres grávidas e lactantes.
No ano passado, o PMA forneceu assistência para mais de 80 milhões de pessoas em 75 países.
Migrantes
A Organização Internacional para Migrações, OIM, organizou nesta semana um fórum de dois dias para abordar desafios de saúde que a comunidade migrante enfrenta no Quénia.
O workshop foi organizado em parceria pela Organização Mundial da Saúde, OMS, e o Ministério da Saúde do país.