Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
O enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe à Síria, Kofi Annan, chegou a Damasco, capital do país, nesta segunda-feira.
Annan está se reunindo com integrantes do governo sírio e o presidente Bashar al-Assad em busca de uma solução para a violência política que já matou mais de 9 mil pessoas.
A Portas Fechadas
No domingo, o Conselho de Segurança condenou, em sessão extraordinária, o massacre de mais de 100 pessoas no vilarejo de Houla. Entre as vítimas estavam pelo menos 30 crianças.
A reunião no Conselho ocorreu, a portas fechadas, e contou com a participação, por videoconferência, do general Robert Mood que chefia a Missão de Supervisão da ONU na Síria. Segundo ele, as mortes ocorreram na madrugada de 26 de maio durante a operação militar no local.
Horas após o massacre, observadores da ONU estiveram em Houla e confirmaram também que centenas de civis ficaram feridos na ação que incluiu artilharia e tanques de guerra.
Repressão Política
Em carta ao Conselho de Segurança, Kofi Annan contou que além dos ataques com morteiros e artilharia, os militares também atiraram a queima roupa e teriam provocado agressões físicas graves aos civis.
Desde o início da repressão política em março do ano passado, o governo sírio afirma que está combatendo o que chamou de “terroristas e forças estrangeiras” no país.
A violência começou após manifestantes sírios terem saído às ruas para pedir reformas democráticas no governo de Bashar al-Assad.
Os protestos foram parte do movimento da Primavera Árabe que levou a mudanças no Egito, na Tunísia e na Líbia.