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Previsão indica temporada de furacão “quase normal” no Atlântico este ano

Imagem de satélite do furacão Ian quando ele atingiu a Flórida em 28 de setembro de 2022.
Noaa
Imagem de satélite do furacão Ian quando ele atingiu a Flórida em 28 de setembro de 2022.

Previsão indica temporada de furacão “quase normal” no Atlântico este ano

Clima e Meio Ambiente

Escritório Nacional de Administração Oceânica e Atmosférica dos EUA, que coopera com Organização Meteorológica da ONU, espera de 12 a 17 tempestades durante junho a novembro. 

O fenômeno El Niño e temperaturas acima da média no Oceano Atlântico ajudam a despontar a previsão de uma estação de furacões quase perto “do normal” para este ano. 

A previsão foi divulgada pela Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, Noaa, como indica a página da agência da ONU sobre o tema, OMM, na internet. 

Comportamento abaixo do normal 

Ambas as entidades cooperam no monitoramento da estação de furacões no Oceano Atlântico que vai de junho a novembro. 

Destruição deixada após o furacão Ida em New Sarpy, Louisiana, agosto de 2021.
Cruz Vermelha Americana/Scott Dalton
Destruição deixada após o furacão Ida em New Sarpy, Louisiana, agosto de 2021.

Ao todo, devem ocorrer de 12 a 17 tempestades tropicais. Deste total, cinco a nove podem se tornar furacões.  

Para este ano, os serviços de meteorologia esperam de um a quatro grandes furacões. 

Os cálculos indicam que existe 40% de chance de a estação ficar “perto do normal”. Outras estimativas apontam uma probabilidade de 30% de a temporada ser acima do normal e outros 30% de um comportamento abaixo do normal, sem maiores riscos.  

 Os furacões da categoria de 3 a 5 apresentam ventos de pelos menos 178 km/h.  Já as tempestades consideradas normais podem trazer ventos de 119 km/h ou mais velozes. 

Retrocesso econômico 

A agência dos Estados Unidos tem uma margem de 70% de confiança nessas escalas. 

A estação de furacão começa em 1 de junho e vai até 30 de novembro. 

Crianças procuram pedaços de madeira para ajudar seus pais a reconstruir sua casa depois que ela foi destruída pelos fortes ventos do furacão Iota na Nicarágua.
© UNICEF/Inti Ocon/AFP-Services
Crianças procuram pedaços de madeira para ajudar seus pais a reconstruir sua casa depois que ela foi destruída pelos fortes ventos do furacão Iota na Nicarágua.

A OMM lembra que apenas um furacão com rastros arrasadores pode atrasar um país em anos de desenvolvimento socioeconômico. 

Modelos e estatísticas apresentados no Congresso Meteorológico Mundial mostraram que os Pequenos Estados-Ilhas sofrem, de forma desproporcional, com o impacto econômico e o custo humano dos desastres naturais.  

O furacão Maria, por exemplo, em 2017, custou a Dominica 800% do equivalente ao seu Produto Interno Bruto, PIB. 

Entre 1979 e 2021, os ciclones tropicais, que é um termo genérico e inclui os furacões, foram a principal causa de perdas humanas e econômicas, em todo o mundo, com um total de mais de 2 mil desastres. 

Acesso para todos 

Desde 1970, o número de mortes nesses acidentes naturais baixou de mais de 350 mil para menos de 20 mil, a quantidade registrada entre 2010 e 2019. Nessa mesma época, as perdas financeiras somaram US$ 573,2 bilhões. 

O chefe da OMM, Petteri Taalas, lembra que as mortes foram reduzidas por causa de serviços de previsão e alertas, mas o mundo pode fazer ainda melhor.  

A Iniciativa da ONU de Alertas para Todos quer que cada um possa ter acesso a anúncios sobre ventos que trazem risco de morte, aumento de tempestades e chuvas nos próximos cinco anos, especialmente os pequenos Estados insulares, que estão na linha de frente da mudança climática. 

Este ano, dentre os nomes escolhidos para os furacões estão: Arlene, Don, Katia, Ofélia, Tammy e Idália.