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Agências da ONU em Moçambique avaliam resposta após passagem do ciclone Freddy

Em coordenação com governo, o sistema ONU no país faz levantamento das necessidades para melhor responder as preocupações dos moçambicanos que residem no centro do país, afetado pela tempestade tropical.
© Unicef
Em coordenação com governo, o sistema ONU no país faz levantamento das necessidades para melhor responder as preocupações dos moçambicanos que residem no centro do país, afetado pela tempestade tropical.

Agências da ONU em Moçambique avaliam resposta após passagem do ciclone Freddy

Clima e Meio Ambiente

Em coordenação com governo, o sistema ONU no país faz levantamento das necessidades para melhor responder as preocupações dos moçambicanos que residem no centro do país, afetado pela tempestade tropical.

A passagem do ciclone Freddy por Moçambique foi mais suave do que se previa, mas mesmo assim deixou um rastro de danos a infraestruturas como água, saneamento e até o funcionamento de escolas e hospitais.

No final de semana, moradores das províncias de Maputo, Inhambane e Sofala contaram com apoio das agências da ONU incluindo o Unicef, que despachou uma equipa ao local como parte das preparações.

Quantidade de precipitação

As agências da ONU continuam no terreno a fazer o levantamento para prestar apoio as populações. O Instituto Nacional de Meteorologia, Inam, alerta que a tempestade tropical moderada Freddy enfraqueceu e passou a depressão tropical, um estágio menos arrasador.

Nesta entrevista à ONU News, no sábado, o meteorologista do Inam, Acácio Tembe afirma que apesar de enfraquecido, o sistema ainda se faz sentir na província de Inhambane.

“Este momento ele ainda está sobre Inhambane e já está como depressão tropical, os ventos são mais fracos, estamos a falar de 35 km/h, já não são ventos destrutivos mas estes sistemas sempre que diminuem a velocidade de vento, aumentam a quantidade de precipitação, é por isso que na nossa previsão estamos a informar a ocorrência de muita chuva para a região no interior de Inhambane, Manica e a parte de norte de gaza, nos distritos considerados áridos e semiáridos.”

As agências das Nações Unidas estão em prontidão para apoiar as populações. O exemplo é o Unfpa que já tem programado a distribuição do apoio, logo após a avaliação das necessidades junto com o governo com destaque para kits de saúde reprodutiva.

Walter Mendonça Filho, representante Adjunto do Unfpa destaca que apoio vai abranger as províncias de Maputo, Sofala, Nampula, Zambézia e Cabo Delgado.

“Estes elementos incluem 15 mil kits de dignidade para assegurar a higiene pessoal e a saúde. Igualmente o Unfpa está a brindar o apoio com aproximadamente de 60 tendas que servem como espaço para provisão de serviços médicos, registro de pessoas, e também como espaço seguro para mulheres e raparigas e outras pessoas.”

Consequências Arrasadoras

Cerca 184 pessoas estão abrigadas na Escola Primária de Cachane, na Cidade de Vilankulo. Trata-se de 80 famílias, das quais 83 crianças. 56 mulheres e 45 homens.

Para o administrador de Vilankulo, Galiza Matos, a passagem do ciclone Freddy é descrita como calma e sem registro de vítimas humanas e nem feridos.

“Há arvores e machambas perdidas, escolas e centro de saúde também parcialmente destruídos, inclusive o nosso hospital rural de Vilanculos, o de maior referência, infelizmente nestas situações também vão ocorrendo outros males, tal o caso de cidadãos que se apoderaram de sistemas informáticos, computadores, impressoras, monitores e não só, na escola primaria de Mavanza o que no nosso entender é muito mau para o que nós já estamos a passar que é este sofrimento.”

Em Vilanculo, devido ao ciclone Freddy, cerca de 2504 hectares de culturas agrícolas foram destruídas e mais de quatro mil crianças ficarão temporariamente sem aulas, devido a destruição total de 33 salas de aulas e 128 parcialmente destruídas.

Com a passagem do ciclone Freddy, Moçambique espera receber nove ciclones que poderão fustigar o país até abril do corrente ano, sendo que cinco podem causar consequências arrasadoras.

 

De Maputo para ONU News, Ouri Pota