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OMS lança novo guia para o combate ao câncer de mama

Mamografias regulares podem ajudar a detectar o câncer de mama em um estágio inicial
© Unsplash/National Cancer Institute
Mamografias regulares podem ajudar a detectar o câncer de mama em um estágio inicial

OMS lança novo guia para o combate ao câncer de mama

Saúde

Divulgação ocorreu na véspera do Dia Mundial de Combate ao Câncer, marcado neste 4 de fevereiro pela Organização Mundial da Saúde; em 95% dos países, o câncer de mama é a primeira ou segunda causa principal de morte de mulheres.

Em todo o mundo, cerca de 250 mil crianças ficaram órfãs após perderem a mãe para o câncer de mama. O alerta é feito na véspera do Dia Mundial de Combate ao Câncer, marcado nesta 4 de fevereiro.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, afirma que quase 80% das mortes pela doença e também por câncer cervical ocorrem em países de baixa e média rendas.

Meta é salvar 2,5 milhões de pessoas

Para aumentar ações de prevenção e combate à doença, a OMS lançou o novo Quadro da Iniciativa Global do Câncer de Mama, um guia para atingir as metas de salvar 2,5 milhões de vidas atingidas pela doença até 2040.

O Dia Mundial de Combate ao Câncer é um lembrete de que a detecção precoce, diagnóstico oportuno e tratamento geral do câncer de mama servem para evitar perda de vidas.

Nas mulheres, o câncer de mama é o mais frequente e o mais diagnosticado.
Instituto Nacional do Câncer/Bill Branson
Nas mulheres, o câncer de mama é o mais frequente e o mais diagnosticado.

Uma das principais causas de morte entre mulheres

O câncer de mama é o tipo mais comum entre adultos. São mais de 2,3 milhões de casos a cada ano. Em 95% dos países, é a primeira ou a segunda causa principal de mortes pela doença em mulheres. Mas homens, ainda que em casos muito raros, também podem ter câncer de mama.

O número de pessoas que sobrevivem é desigual dentro do mesmo país e entre nações. Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, “países com sistemas de saúde mais fracos são menos capazes de administrar o fardo crescente do câncer de mama”. Para ele, isso deve ser uma prioridade para os Ministérios da Saúde e governos.

Apoio aos países mais necessitados

A OMS está apoiando mais de 70 países, em especial aqueles de baixa e média rendas, para detectar o câncer de mama mais cedo e diagnosticar mais rapidamente.

A agência da ONU lembra que o câncer em mulheres, incluindo o câncer de mama, deixa um impacto arrasador para a próxima geração.

Um estudo da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer sugere que, com cerca de 4,4 milhões de mulheres morrendo de câncer em 2020, quase 1 milhão de crianças ficaram órfãs. Cerca de 25% delas, a causa foi o câncer de mama.

As crianças que perdem suas mães para o câncer experimentam desvantagens de saúde e educação ao longo de suas vidas, desencadeando perturbações sociais crônicas geracionais e prejuízos financeiros em muitos casos.

Caminho para uma cobertura universal de saúde

A diretora do departamento de Doenças Crônicas da OMS, Bente Mikkelsen, afirma que “os países precisam garantir que essa estrutura se envolva e se integre à atenção primária à saúde”.

A representante acredita que este esforço não apenas apoiaria a promoção da saúde, mas também capacitaria as mulheres a buscar e receber cuidados de saúde durante todo o ciclo de vida.

Para ela, com cuidados de saúde primários eficazes e sustentáveis, é possível ver um caminho para a cobertura universal de saúde.

O guia recém-publicado aproveita estratégias comprovadas para projetar sistemas de saúde específicos para cada país e adequados aos recursos para a prestação de cuidados de câncer de mama em ambientes de baixa e média rendas.

Pilares de ação:

  • Recomendar aos países que se concentrem em programas de detecção precoce do câncer de mama, para que pelo menos 60% dos cânceres de mama sejam diagnosticados e tratados como doença em estágio inicial.
  • Diagnosticar o câncer de mama dentro de 60 dias após a apresentação inicial pode melhorar os resultados do câncer de mama. O tratamento deve começar três meses após a primeira apresentação.
  • Gerenciar o câncer de mama para que pelo menos 80% dos pacientes completem o tratamento recomendado.

 

OMS: o câncer de colo de útero  é uma das maiores ameaças para a saúde das mulheres
Foto: Organização Pan-Americana de Saúde
OMS: o câncer de colo de útero é uma das maiores ameaças para a saúde das mulheres

Câncer do colo do útero

Também em campanha pelo Dia Mundial de Combate ao Câncer, a Agência de Saúde Global, Unitaid, alerta que o acesso inadequado a meios de prevenção do câncer do colo do útero prejudica milhões de mulheres.

A meta dos eventos de 2023 é aumentar a consciência do público e inspirar ações para fechar a lacuna de cuidados.

O desafio é que, em contextos de baixa renda, chegar a tais serviços é raro, as taxas de câncer do colo do útero são quase o dobro do que em países de alta renda. Pior ainda: nove em cada 10 mortes por câncer cervical ocorrem entre mulheres em contextos de baixa renda

O Unitaid busca ajustar recursos às necessidades de saúde de países mais pobres. A experiência em sete nações deles mostra que é possível atingir as metas globais para a eliminação do câncer do colo do útero em contextos de baixa renda.