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Relatores da ONU condenam violência e mortes de palestinos na Cisjordânia

O ataque de Israel contra o campo de refugiados ocorreu na quinta-feira. Várias pessoas ficaram feridas, no que o grupo de relatores classifica de “trajetória de violência” que dá seguimento à tendência alarmante de aumento de ataques vista em 2022.
Photo/UNRWA
O ataque de Israel contra o campo de refugiados ocorreu na quinta-feira. Várias pessoas ficaram feridas, no que o grupo de relatores classifica de “trajetória de violência” que dá seguimento à tendência alarmante de aumento de ataques vista em 2022.

Relatores da ONU condenam violência e mortes de palestinos na Cisjordânia

Paz e segurança

Em comunicado, grupo citou onda de ataques contra o acampamento de refugiados de Jenin, na quinta-feira, que matou pelo menos nove palestinos; número exato de mortos e feridos segue sendo apurado.

Um grupo de especialistas em direitos humanos das Nações Unidas* condenou a morte de pelo menos nove pessoas num acampamento de refugiados em Jenin, na Cisjordânia.

Eles pediram à comunidade internacional que reaja, sem demoras, para parar a violência no local e exigir prestação de contas.

Mulher idosa e duas crianças

O ataque de Israel contra o campo de refugiados ocorreu na quinta-feira. Várias pessoas ficaram feridas, no que o grupo de relatores classifica de “trajetória de violência” que dá seguimento à tendência alarmante de aumento de ataques vista em 2022.

Para os especialistas, não haveria violência se Israel acabasse imediatamente com o que chamaram de uma “ocupação ilegal que já dura meio século” como exige a lei internacional.

Na manhã desta quinta-feira, forças de Israel atacaram o campo, localizado no norte da Cisjordânia. Dentre as nove vítimas fatais estão uma mulher idosa e duas crianças. Mais de 20 pessoas ficaram feridas e quatro estão em estado crítico. A causa do ataque e o número exato de mortos e feridos seguem sendo apurados pelas autoridades.

Um grupo de especialistas em direitos humanos das Nações Unidas* condenou a morte de pelo menos nove pessoas num acampamento de refugiados em Jenin, na Cisjordânia.
Unrwa/Isabel de la Cruz
Um grupo de especialistas em direitos humanos das Nações Unidas* condenou a morte de pelo menos nove pessoas num acampamento de refugiados em Jenin, na Cisjordânia.

Foguetes lançados contra Israel de madrugada

Os especialistas da ONU disseram que este é o número mais alto de mortos numa única ofensiva à Cisjordânia desde 2005.

E desde o início deste ano, pelo menos 28 palestinos foram mortos por forças israelenses e dois mais por colonos que vivem na Cisjordânia. No momento, a média é de um palestino morto por dia.

Segundo agências de notícias, a tensão continua nesta sexta-feira após seis foguetes terem sido lançados contra Israel, no início da madrugada, em retaliação a morte dos nove palestinos um dia antes. Os foguetes foram interceptados por Israel, que afirma que os explosivos partiram de militantes do grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza.

Os relatores disseram que a comunidade internacional não pode e não deve tolerar o que parece ser uma “prática deliberada de Israel” para se utilizar do uso letal da força.

O acampamento de Jenin tem cerca de 14 mil residentes e é considerado por Israel um foco de resistência. Durante a segunda intifada, que começou em 2000, as forças de Israel mataram pelo menos 52 palestinos no local.
Ocha
O acampamento de Jenin tem cerca de 14 mil residentes e é considerado por Israel um foco de resistência. Durante a segunda intifada, que começou em 2000, as forças de Israel mataram pelo menos 52 palestinos no local.

Segunda Intifada

O ano passado, segundo o grupo, foi o mais fatal para a Cisjordânia com um total de 152 mortes de palestinos pelas forças de Israel.

O acampamento de Jenin tem cerca de 14 mil residentes e é considerado por Israel um foco de resistência. Durante a segunda intifada, que começou em 2000, as forças de Israel mataram pelo menos 52 palestinos no local.

Para os relatores, como “poder ocupante”, Israel tem a obrigação de assegurar a proteção do local.

Mas autoridades de Israel diz que o local “extremistas e terroristas”, que ameaçam a segurança do país.

*Os relatores de direitos humanos são independentes da ONU e não recebem salário pelo seu trabalho.