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FAO quer América Latina e Caribe na vanguarda da alimentação e da agricultura

Um trabalhador agrícola pulveriza um campo agrícola em Canta, em Lima, no Peru
© Roberto Villanueva
Um trabalhador agrícola pulveriza um campo agrícola em Canta, em Lima, no Peru

FAO quer América Latina e Caribe na vanguarda da alimentação e da agricultura

ODS

Diretor-geral da agência aponta áreas prioritárias de ação para líderes da região; Qu Dongyu participou da 7ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Estados da América Latina e Caribe, Celac, na Argentina.

A América Latina e o Caribe devem aumentar os esforços para enfrentar os crescentes índices de fome e desigualdade na região. A declaração é do diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO.

Qu Dongyu discursou num encontro em Buenos Aires, que contou com a presença do novo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. Para a FAO, esse papel colocaria a região “na vanguarda da alimentação e agricultura globais”. 

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União para combater a desigualdade

O chefe da FAO participou da 7ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Estados da América Latina e Caribe, Celac, em Buenos Aires, na Argentina.

Ele assinará várias cartas de intenção para realizar projetos e disse que as “instituições multilaterais precisam ser inovadoras”.

Qu Dongyu destacou a necessidade de expandir a oferta de alimentos no Caribe, onde dietas saudáveis são caras, investindo em infraestrutura de água e iniciativas de produção de alimentos na América Central.

Um estudo da FAO revela que América Latina e Caribe são a região mais cara para manter uma dieta saudável.

Ele propôs um melhor intercâmbio de alimentos entre os países da região andina e um amplo programa regional de infraestrutura para produção, armazenamento e transporte de alimentos facilitando o comércio intrarregional e as exportações.

Covid-19

Ao lembra da Covid-19 e do valor da cooperação internacional, Qu Dongyu ressaltou que “as medidas tomadas em um país afetam todos os outros.”

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, destacou que a América é o continente mais desigual do mundo e que, “de uma vez por todas, é preciso empreender um processo que conduza à igualdade”.

Segundo a FAO, a América Latina e o Caribe foram uma região com desempenho superior em termos de redução da fome e da pobreza na década até 2015. No entanto, apesar de ser a maior exportadora de alimentos do mundo, tem enfrentado grandes crises ultimamente.

Agricultores cultivam quinoa na região montanhosa dos Andes na América Latina
FAO
Agricultores cultivam quinoa na região montanhosa dos Andes na América Latina

Desaceleração econômica

Entre 2019 e 2021, o número de pessoas com fome aumentou 30%, para 56,5 milhões, enquanto os que vivem na pobreza também aumentaram.

Embora o Índice de Preços de Alimentos da FAO tenha caído, oferecendo alguma trégua, a recuperação ainda não foi estabelecida e mais desafios são inevitáveis, com sistemas agroalimentares mundiais operando sob riscos e incertezas, incluindo consequências da crise climática e da desaceleração econômica.

A Celac é um mecanismo intergovernamental de diálogo e acordo político destinado a apoiar programas de integração regional e é composto por 33 países, dentre eles o Brasil, que abrigam cerca de 600 milhões de pessoas.