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O que significa viver em um planeta com 8 bilhões de pessoas?

Mundo está tendo menos bebês, envelhecendo e os habitantes se deslocando em níveis sem precedentes, remodelando as trajetórias demográficas de países e regiões
WHO/Unicef
Mundo está tendo menos bebês, envelhecendo e os habitantes se deslocando em níveis sem precedentes, remodelando as trajetórias demográficas de países e regiões

O que significa viver em um planeta com 8 bilhões de pessoas?

Assuntos da ONU

África e Ásia impulsionam o crescimento populacional e Europa Oriental tem fertilidade em declínio; além de variação demográfica pelo mundo, mudanças climáticas e o aumento da parcela de pessoas acima de 65 anos devem pedir novas política públicas, avalia o Fundo de População das Nações Unidas.

Com 8 bilhões de pessoas no planeta Terra, o Fundo de População das Nações Unidas, Unfpa, levantou alguns fatos sobre o que isso significa na prática.

Entre análises de um possível sobrecarregamento da capacidade de carga da Terra ou um colapso da população que irá acabar com a economia global, o que é verdade e o que cada um deve fazer?

Enquanto a população global levou 12 anos para crescer de 7 para 8 bilhões, levará aproximadamente 15 anos para chegar a 9 bilhões, de acordo com as Nações Unidas.
World Bank/Hendri Lombard
Enquanto a população global levou 12 anos para crescer de 7 para 8 bilhões, levará aproximadamente 15 anos para chegar a 9 bilhões, de acordo com as Nações Unidas.

Fatos e tendências

Segundo o Unfpa, a população global está crescendo e essa tendência deve continuar nas próximas décadas. Ao mesmo tempo, o ritmo do crescimento está diminuindo. O mundo está tendo menos bebês, envelhecendo e os habitantes se deslocando em níveis sem precedentes, remodelando as trajetórias demográficas de países e regiões.

Ásia e África estão impulsionando o crescimento da população global. Essa tendencia deve continuar nas próximas décadas. Assim, na segunda metade deste século, a África Subsaariana se tornará a região mais populosa do planeta.

Enquanto isso, à medida que a fertilidade cai e as populações envelhecem, o número de habitantes de alguns países – especialmente na Europa Oriental – está diminuindo.

Envelhecimento versus crescimento

O Unfpa afirma que alguns países, incluindo muitos dos mais ricos do mundo, estão envelhecendo mais rápido do que a média global.

Enquanto isso, muitas nações, incluindo as mais pobres do mundo, continuarão a crescer nas próximas décadas. São países com populações relativamente jovens, e alguns deles – mas não todos – seguirão com altas taxas de fertilidade.

Grandes projeções

A estimativa do Unfpa é que, antes do final do século, o crescimento da população mundial atingirá um platô, em pouco mais de 10 bilhões.

As taxas de fertilidade continuarão caindo. Uma parcela ainda maior da população  terá mais de 65 anos – com o potencial de ter vidas mais longas e saudáveis do que nunca. E ainda mais pessoas viverão em países de renda baixa e média-baixa.

À medida que o mundo avança para o futuro que essas projeções descrevem, quantos desfrutarão plenamente do direito à autonomia corporal, com acesso aos cuidados e informações necessária para fazer escolhas sobre os corpos e futuros?

Além disso, a agência da ONU questiona quantos conseguirão ter saúde e longevidade e permanecer independentes, conectados e resilientes mesmo com a idade.

Mudança climática

Outra questão relacionada ao crescimento e envelhecimento da população é o avanço da mudança climática.

O que será feito para enfrentar o aquecimento global que ameaça todos os 8 bilhões de habitantes, especialmente aqueles nos países mais pobres, que menos contribuíram para o problema, mas já estão sofrendo o pior de seus impactos?

A avaliação é que esses números sozinhos não trazem respostas, mas apontam quais escolhas políticas que devem ser feitas no presente.

Políticas públicas

Como tudo relacionado ao ser humano, os números da população são politizados. Seja subindo ou caindo, eles “são frequentemente usados para promover políticas que restringem os direitos reprodutivos e promovem agendas racistas e xenófobas”.

Portanto, é importante permanecer fundamentado nos fatos – e nos direitos humanos fundamentais.

O Unfpa alerta que nossas escolhas têm um impacto decisivo na sustentabilidade da vida na Terra e na qualidade dessa vida.

Não é apenas uma questão de quantos filhos escolher ter, ou quantos  permanecerão  dentro das fronteiras do país de origem. É sobre quanto escolher consumir, como investir os recursos e como tratar uns aos outros.

Se a escolha for investir em pessoas e comunidades e defender o direito de cada pessoa à autonomia corporal, esses números – 8 bilhões de pessoas, crescendo, envelhecendo, se movendo, mudando – representam um futuro no qual cada um pode florescer.