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Relatório da OMS destaca estratégias de segurança para crianças na internet

A Organização Mundial da Saúde, OMS, lançou um novo relatório com recomendações para manter as crianças seguras na internet.
© Unicef/Ueslei Marcel
A Organização Mundial da Saúde, OMS, lançou um novo relatório com recomendações para manter as crianças seguras na internet.

Relatório da OMS destaca estratégias de segurança para crianças na internet

Direitos humanos

Análise mostra que apesar de receios sobre contatos de menores com estranhos online, maior parte dos ataques e ofensas vem de conhecidos e colegas das crianças; estudo examina abuso sexual, bullying, hacking e roubo de identidade.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, lançou um novo relatório com recomendações para manter as crianças seguras na internet.

O documento “O que funciona na prevenção da violência online a crianças” foca no abuso sexual de menores incluindo a utilização de imagens e aliciamento. Uma outra área de atuação é agressão cibernética e o assédio em forma de bullying, perseguição, roubo de identidade e hacking.

O relatório revela que apesar de se atribuir muita atenção ao perigo de estranhos na internet, a maioria das ofensas contra as crianças parte de colegas e conhecidos.
Unicef/UN014974/Estey
O relatório revela que apesar de se atribuir muita atenção ao perigo de estranhos na internet, a maioria das ofensas contra as crianças parte de colegas e conhecidos.

Crianças estão passando cada vez mais tempo na internet

O diretor do Departamento da OMS sobre Determinantes Sociais de Saúde, Etienne Krug, disse que as crianças estão passando cada vez mais tempo na internet e por isso é dever de todos garantir que o ambiente online seja seguro para elas.

O relatório revela que apesar de se atribuir muita atenção ao perigo de estranhos na internet, a maioria das ofensas contra as crianças parte de colegas e conhecidos.

O estudo inclui estratégias e melhores formas de proteger os menores que navegam na rede mundial e fornece, pela primeira vez, uma direção clara para ação por governos, doadores e parceiros de desenvolvimento mostrando que é preciso enfrentar a violência na internet e fora dela para que a estratégia possa funcionar.

O relatório recomenda que esses programas, baseados na educação escolar, tenham várias sessões e levem à interação entre jovens e responsáveis pelos alunos.
Unsplash/James Sutton
O relatório recomenda que esses programas, baseados na educação escolar, tenham várias sessões e levem à interação entre jovens e responsáveis pelos alunos.

Reduzir níveis de vitimização e riscos como álcool e abusos

A OMS ressalta que programas educativos para crianças, pais e cuidadores são importantes na prevenção da violência online. Essas iniciativas já se mostraram eficazes na redução dos níveis de vitimização, perpetração e comportamentos de risco como álcool e abuso de drogas.

O relatório recomenda que esses programas, baseados na educação escolar, tenham várias sessões e levem à interação entre jovens e responsáveis pelos alunos.

A proposta também sublinha a importância do treinamento da juventude em habilidades específicas para a vida como empatia, firmeza, capacidade de resolver problemas, gerenciamento das emoções e saber buscar ajuda quando necessário.

 relatório da OMS também mostra que formas abrangentes de educação sexual podem reduzir as agressões físicas e sexuais a crianças assim como violência no namoro, de parceiros e bullying homofóbico.
UNICEF
relatório da OMS também mostra que formas abrangentes de educação sexual podem reduzir as agressões físicas e sexuais a crianças assim como violência no namoro, de parceiros e bullying homofóbico.

Educação sexual ajuda a reduzir violência e agressões

Esses programas também são mais eficazes quando usam vários formatos e plataformas como vídeos, jogos, infográficos e discussões em grupo.

O relatório da OMS também mostra que formas abrangentes de educação sexual podem reduzir as agressões físicas e sexuais a crianças assim como violência no namoro, de parceiros e bullying homofóbico.

A eficiência da educação sexual para combater a violência é confirmada em países de todos os níveis de renda econômica. 

Como melhorar a resposta à violência na internet contra crianças:

  • É necessário desenvolver mais programas de prevenção da violência que integrem o conteúdo sobre os perigos online e evitar a violência fora da internet, tendo em vista as sobreposições desses problemas e das abordagens comuns da prevenção.
  • Menos ênfase nos perigos por estranhos e mais atenção aos riscos vindos de conhecidos e de colegas, que são os responsáveis pela maior parte das ofensas aos menores online. Os estranhos podem representar um risco, mas não são a causa única ou predominante do perigo.
  • Mais atenção a relacionamentos saudáveis entre as pessoas, uma vez que a busca por romance e intimidade são as maiores causas da vulnerabilidade dos internautas em casos de violência online.

Relatório contou com pesquisadores dos Estados Unidos e da Austrália

O acesso à internet oferece muitas possibilidades para as crianças e jovens incluindo o aprendizado, desenvolvimento pessoal e habilidades profissionais, expressão de criatividade e participação na sociedade.

Para a OMS, os governos precisam encontrar o equilíbrio certo entre fomentar oportunidades para os jovens por meio do mundo digital e protegê-los dos danos e perigos.

Participaram da compilação do estudo “O que funciona para evitar a violência online a crianças”, o Centro de Pesquisa sobre Crimes contra Crianças e a Universidade de New Hampshire, em Durham, nos Estados Unidos, além da Universidade de Tecnologia de Brisbane, na Austrália.