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OMS abre consulta para mudar nome da varíola dos macacos BR

Zoólogos examinam um primata que foi uma das fontes suspeitas de uma infecção zoonótica na República Democrática do Congo de 1996 a 1997.
© CDC
Zoólogos examinam um primata que foi uma das fontes suspeitas de uma infecção zoonótica na República Democrática do Congo de 1996 a 1997.

OMS abre consulta para mudar nome da varíola dos macacos

Saúde

Nomenclaturas podem ser sugeridas por qualquer pessoa; padronização para variantes e subvariantes foi decidida adotando uso de numerais romanos e letras minúsculas; variante responsável por surto atual será identificada como como IIb; nomes para a doença serão avaliados para que não gere impactos negativos.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, convocou um grupo de especialistas para avaliar a mudança do nome da varíola dos macacos. Após o aumento da incidência do vírus, a OMS declarou a doença uma emergência de saúde pública de interesse internacional.

Segundo a agência da ONU, o esforço faz parte de um trabalho contínuo para alinhar nomes da doença, vírus e variantes, ou clados, da varíola dos macacos com as melhores práticas atuais. Os especialistas concordaram em nomear as cepas usando algarismos romanos.

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Boas práticas

O vírus da varíola dos macacos foi descoberto em 1958, antes de regras e práticas para definir nomenclaturas serem adotadas. As principais variantes recebiam os nomes com base nas regiões geográficas onde o vírus circulava.

Atualmente, a recomendação é nomear vírus recém-identificados, doenças relacionadas e variantes de forma que evite “ofender qualquer grupo cultural, social, nacional, regional, profissional ou étnico” e minimizar qualquer impacto negativo no comércio, viagens, turismo ou bem-estar animal.

Novos nomes

A atribuição de novos nomes a doenças existentes é responsabilidade da OMS de acordo com a Classificação Internacional de Doenças e a Família de Classificações Internacionais Relacionadas à Saúde da OMS.

A agência está realizando uma consulta aberta para um novo nome para a varíola dos macacos. Qualquer pessoa pode propor sugestões

Já para os vírus, a nomeação das espécies é de responsabilidade do Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus, que tem um processo em andamento para o nome do vírus da varíola dos macacos.

Por fim, a nomenclatura das variantes, ou clados, para doenças existentes é normalmente o resultado de debate entre cientistas.

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Futuras pesquisas

Para acelerar o acordo por conta do atual surto, a OMS convocou uma reunião em 8 de agosto para permitir que virologistas e especialistas em saúde pública chegassem a um consenso sobre a nova terminologia.

Especialistas em virologia da varíola, biologia evolutiva e representantes de institutos de pesquisa de todo o mundo revisaram a evolução e a nomenclatura de variantes conhecidas e novos do vírus da varíola dos macacos.

Eles discutiram as características e a evolução das variantes do vírus da varíola dos macacos, suas aparentes diferenças e possíveis consequências para a saúde pública e futuras pesquisas virológicas e evolutivas.

Consenso no uso de números romanos

O grupo chegou a um consenso sobre uma nova nomenclatura para que as variantes estejam de acordo com as melhores práticas. Assim, a antiga variante da Bacia do Congo, na África Central, será Clado um (I) e o antigo clado da África Ocidental como Clado dois (II).

Para o tipo II, que possui duas subvariantes, ela será seguida de uma letra minúscula. Dessa forma, a nova convenção de nomenclatura compreende Clado I, Clado IIa e Clado IIb.

O Clado IIb é referente ao grupo de variantes que circulam amplamente no surto global de 2022.

A nomeação das linhagens será proposta pelos cientistas à medida que o surto evoluir.

Segundo a OMS, os especialistas serão convocados novamente conforme necessário. Os novos nomes para os clados devem entrar em vigor imediatamente enquanto o trabalho continua nos nomes de doenças e vírus.