Chefe de agência atômica pede envio de missão à usina nuclear da Ucrânia
Rafael Mariano Grossi discursou por videoconferência ao Conselho de Segurança afirmando que situação em Zaporizhzhia é delicada; para ele, não se deve mais esperar para avaliar condições da instalação nuclear após bombardeios perto da usina.
O aumento da tensão após ataques perto da usina nuclear de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia, considerada a maior da Europa, foi o tema de uma reunião do Conselho de Segurança, nesta quinta-feira.
O encontro foi solicitado à presidência chinesa do órgão e contou com a participação, por videoconferência, do diretor da Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea.
Avaliação independente
Rafael Mariano Grossi pediu uma visita imediata de técnicos da Aiea à usina e solicitou permissão à Rússia, que ocupa o local, e à Ucrânia, que abriga a instalação, no sul do país.
Em sua apresentação aos 15 membros do Conselho, Grossi disse que ele mesmo deverá liderar a missão para fornecer uma avaliação independente da situação no terreno após a escalada de ataques na área.
Ele confirmou relatos de explosões perto da usina nuclear e de transformadores em Zaporizhzhia, nos últimos dias.
Reator desligado após explosões
Os bombardeios causaram a perda de energia em uma das torres, o que levou ao desligamento de um reator na hora das explosões.
Na véspera do encontro no Conselho, o secretário-geral da ONU emitiu uma nota pedindo à Ucrânia e à Rússia para cessar imediatamente todas as atividades militares na área de Zaporizhzhia.
António Guterres expressou grave preocupação com a escalada da tensão perto da usina e apelou ao bom senso e à razão.
Usina não pode ser parte de operação militar
Ele também afirmou que a instalação nuclear não pode ser parte de nenhuma operação militar.
Para Guterres, qualquer dano pode levar a consequências catastróficas para o local, a região e muito além do país, o que seria totalmente inaceitável.
O secretário-geral disse apoiar o envio da missão da Aiea e que ambos os lados do conflito devem garantir a segurança dos técnicos e integrantes da agência.