Em meio à trégua, voos comerciais voltam a operar no Iêmen após seis anos
Enviado especial da ONU para o país, Hans Grundberg, acredita que retomada de voos é um importante passo para aliviar situação dos iemenitas; voo faz parte da trégua de dois meses entre o governo reconhecido e o grupo houthi; ONU trabalha para renovar acordo.
O enviado especial da ONU para o Iêmen, Hans Grundberg, destacou a retomada dos voos comerciais do principal aeroporto da capital do país após seis anos de interrupção como um potencial divisor de águas para os cidadãos que precisam de tratamento médico.
O voo, que transportava cerca de 130 passageiros com destino a Amã, na Jordânia, faz parte da trégua de dois meses mediada pela ONU entre o governo reconhecido internacionalmente e o grupo houthi.
Cooperação
Ele falou a jornalistas nesta terça-feira e afirmou que um segundo voo já está programado para essa semana. Grundberg está negociando formas de prolongar o período de trégua, que começou em 2 de abril e coincide com o início do Ramadã.
Em declaração, Grundberg expressou gratidão ao governo jordaniano pelo apoio e “cooperação construtiva do governo do Iêmen para facilitar o voo”.
O enviado especial espera que a retomada do tráfego aéreo traga alívio aos iemenitas que precisam buscar tratamento médico no exterior, oportunidades de educação e negócios ou se reunir com familiares.
Para Grundberg, este deve ser um momento de união para fazer mais e começar a reparar os efeitos da guerra.
Outros efeitos da trégua, como a redução de mortes de civis e aumento do acesso à ajuda humanitária, também puderam ser vistos, de acordo com o enviado.
Negociações políticas
O enviado especial adicionou que todos os compromissos da trégua devem ser seguidos para construir confiança e avançar na retomada de um processo político que encerre o conflito de forma sustentável.
Segundo Grundberg, esforços intensos estão sendo feitos para apoiar as partes no cumprimento de todos os compromissos feitos quando concordaram com a trégua.
Ele afirma que o acordo é “uma promessa aos iemenitas” de mais segurança, melhor acesso a bens e serviços básicos e liberdade de movimento.
De acordo com os dados mais recentes do Escritório para Assuntos Humanitários, Ocha, cerca de 70% da população do Iêmen precisa de ajuda humanitária.
Este ano, um apelo humanitário de US$ 4,3 bilhões foi feito para levar comida, saneamento, saúde, educação e outros serviços básicos a cerca de 17,3 milhões de pessoas.