Sahel registrou 800 ataques e meio milhão de deslocados em 2021
Mais de 2,5 milhões de pessoas deixaram suas casas em uma década; população da região africana sofre com insegurança, pobreza extrema, Covid-19 e crise climática; ações de apoio dentro e fora de fronteiras nacionais tiveram menos um terço dos fundos necessários.
A região africana do Sahel teve mais de 800 ataques violentos e quase 500 mil novos deslocados em 2021.
A Agência das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, pede uma ação internacional coordenada para acabar com os conflitos armados no Sahel Central. O deslocamento interno atingiu 2,1 milhões, um aumento superior a 10 vezes desde 2013.
Crises
O número de pessoas que foram forçadas a se deslocar na última década ultrapassa 2,5 milhões.
Burquina Faso, Mali e Níger concentram 410 mil deslocados. O conflito maliano foi o que gerou a maioria dos refugiados da região desde 2012.
Este ano, são necessários US$ 307 milhões para atender as necessidades dos civis nos três países onde a situação humanitária piora em meio a crises como insegurança, pobreza extrema e a pandemia.
As populações enfrentam ainda a crise climática com as temperaturas aumentando 1,5 vezes mais do que a média global.
Mulheres e crianças
A situação afeta mulheres e crianças de forma particular pela exposição desproporcional à extrema vulnerabilidade e à ameaça de violência de gênero.
Cresce ainda a pressão sobre recursos de comunidades anfitriãs e autoridades governamentais.
Nas estradas, episódios de ataques, emboscadas e roubos de carros se multiplicam, aumentando os desafios da atuação humanitária.
O Acnur e parceiros pedem medidas corajosas e que a comunidade internacional não poupe esforços no apoio aos países do Sahel Central na busca da paz, da estabilidade e do desenvolvimento.
Violência baseada no gênero
A agência lidera as ações para fornecer abrigo de emergência, locais de deslocamento e serviços de proteção.
As atividades no terreno incluem o combate à violência baseada no gênero e melhoria do acesso à documentação civil.
Em 2021, um terço das necessidades de financiamento do Acnur no Sahel Central não foram atendidas.