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Mundo registrou cerca de 281 milhões de migrantes internacionais no ano passado BR

Brasil foi o quinto maior destino de venezuelanos ao lado de Colômbia, Peru, Chile e Equador na região
OIM/Diana Diaz
Brasil foi o quinto maior destino de venezuelanos ao lado de Colômbia, Peru, Chile e Equador na região

Mundo registrou cerca de 281 milhões de migrantes internacionais no ano passado

Migrantes e refugiados

OIM revela que Covid-19 complicou, mas não impediu mobilidade; 2020 teve aumento do número de deslocados internos por desastres, conflitos e violência; relatório cita Angola, Brasil, Cabo Verde, Timor-Leste e Moçambique.

As Nações Unidas lançaram, esta quarta-feira o Relatório Mundial sobre Migração 2022. Segundo o documento, havia 281 milhões de migrantes internacionais, no ano passado, o equivalente a 3,6 % da população global.

O aumento ocorreu apesar do impacto dramático da pandemia sobre a migração, que incluiu o fechamento de fronteiras. O estudo revela 108 mil restrições para conter a Covid-19 afetaram a mobilidade, mas não impediram o movimento entre os países.

População

Em 2019, a Organização Internacional para Migrações, OIM, contabilizou 272 milhões de migrantes internacionais ou 3,5% da população global.  

Uma cifra 200 milhões acima da década de 70, quando o total de migrantes internacionais eram 2,3% da população mundial.

Diretor-geral da OIM, António Vitorino, diz que o mundo vive um paradoxo jamais visto
OIM/Alexander Bee
Diretor-geral da OIM, António Vitorino, diz que o mundo vive um paradoxo jamais visto

 

E segundo a OIM, não fora a pandemia, o mundo teria hoje, mais 2 milhões de migrantes internacionais.

O documento destaca que apesar do crescimento da migração internacional, o número de deslocados internos subiu para 55 milhões devido a desastres, conflitos e violência no ano passado.

Paradoxo

Cerca de 40,5 milhões de pessoas foram forçadas a fugir em 2020, contra 31,5 em 2019.

Para o diretor-geral da OIM, António Vitorino, o mundo vive um paradoxo jamais visto. Enquanto bilhões de pessoas foram imobilizados pela Covid-19, outras dezenas de milhões se deslocaram dentro de seus próprios países."

O Brasil, por exemplo, foi o quinto maior destino de venezuelanos ao lado de Colômbia, Peru, Chile e Equador na região. O relatório apresenta o Brasil como  modelo por conceder vistos humanitários a muitos refugiados e migrantes.

América do Sul

Considerado a maior fonte de remessas da América Latina e Caribe com saídas de US$ 1,6 bilhão, no ano passado, o Brasil é o terceiro lugar com mais deslocados internos por desastres naturais.

Foram 358 mil pessoas na situação, depois das Honduras com 937 mil e Cuba com 639 mil.

Funcionária da OIM fala com pessoas afetadas pelas enchentes em Timor-Leste
Foto: OIM
Funcionária da OIM fala com pessoas afetadas pelas enchentes em Timor-Leste

 

Portugal é citado pela OIM por ser o terceiro europeu com mais mulheres migrantes enfrentando desemprego do que homens vivendo na mesma situação.

Remessas  

Mas as autoridades portuguesas libertaram pessoas detidas por questões de imigração para conter riscos de transmissão nas instalações. O país é o 14º ponto de origem global de migrantes.

Cabo Verde é a quinta nação do mundo que mais recebeu remessas de migrantes em 2020, depois da Somália, do Sudão do Sul, do Lesoto, da Gâmbia. No geral as remessas para a África diminuíram cerca de 3 % em comparação com 2019.

Angola e Moçambique vêm depois da África do Sul como os principais países de origem das remessas no continente.