Tigray: intensificação do conflito é preocupante, diz comunidade humanitária
Agências de ajuda voltam a pedir acesso irrestrito e sustentado aos necessitados; novos ataques provocaram a morte de três crianças, feriram 10 pessoas e provocaram danos a infraestruturas em Mekelle na segunda-feira; conflito deixa cerca de 400 mil habitantes vivendo em condições idênticas à fome.
A comunidade humanitária atuando na região etíope de Tigray alertou esta terça-feira que a intensificação do conflito é alarmante na área do extremo norte.
Em nota emitida em Genebra, o Escritório de Assistência Humanitária, Ocha, lembra “às partes em conflito de suas obrigações de acordo com o Direito Internacional Humanitário de proteção da população e da infraestrutura civil”.
Mortes
Nos arredores da área urbana de Mekelle ocorreu um ataque que trabalhadores de saúde locais relataram ter causado a morte de três crianças. Uma pessoa ficou ferida na manhã de segunda-feira, horário local.
No final do dia, um segundo ataque aéreo teria ferido nove pessoas e causado danos a casas e a um hotel próximo.
O Ocha pediu acesso humanitário irrestrito e sustentado a todas as pessoas que precisam de suprimentos, combustível, dinheiro e outros tipos de apoio.
De acordo com o escritório, existem centenas de trabalhadores humanitários no norte da Etiópia “prontos para responder às necessidades existentes e crescentes, independentemente de onde se encontrem”.
Desafios
De acordo com agências de notícias estatais, as autoridades teriam confirmado os ataques que tiveram como alvo “as instalações de comunicações e armas dos rebeldes” da Frente de Libertação do Povo Tigray, que combatem o exército federal.
Mais de 90% de pessoas precisam de ajuda e cerca de 400 mil estão vivendo em condições semelhantes à fome, de acordo com entidades de auxílio que continuam a operar apesar de “enfrentarem desafios significativos”.