Guterres lamenta morte de Jorge Sampaio: “Portugal perdeu um líder e eu perdi um grande amigo”
Ex-presidente português faleceu neste 10 de setembro, aos 81 anos; quando assumiu a Presidência da República, em 1996, o atual secretário-geral da ONU era primeiro-ministro do país; Sampaio foi enviado especial das Nações Unidas para a Luta contra Tuberculose.
Ao lamentar a morte do ex-presidente de Portugal, Jorge Sampaio, o secretário-geral da ONU afirmou, em Nova Iorque, ter perdido um grande amigo. Para António Guterres, a nação portuguesa perdeu um homem de Estado e um líder político “extraordinário”.
"É com profunda tristeza e emoção que sinto a perda do Jorge Sampaio. Portugal perdeu um grande Estadista, as Nações Unidas perderam um colaborador valioso, sobretudo em aspectos de solidariedade e em aspectos da promoção da paz e do diálogo entre culturas e civilizações e eu perdi um muito querido amigo. Quero uma vez mais, expressar à Maria José Sampaio e a sua família, as minhas sinceras condolências e a minha profunda solidariedade.”
O chefe da ONU destacou que Sampaio foi um “lutador e defensor da democracia e da justiça social” e por isso, foi pessoalmente “inspirado por sua paixão e compromisso em trazer estabilidade e prosperidade a Portugal.”
Trajetória na ONU
Jorge Sampaio morreu nesta sexta-feira, 10 de setembro, de insuficiência respiratória, aos 81 anos. Guterres afirmou ainda que o ex-chefe de Estado foi “um líder marcante, ser humano de compaixão e um cidadão global.”
O seu legado para a humanidade foi reconhecido pelas Nações Unidas de várias formas, chegando a ser o primeiro vencedor do Prêmio Nelson Mandela. Jorge Sampaio foi ainda enviado especial das Nações Unidas para a Luta Contra a Tuberculose e alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações.
Defensor da Liberdade
A Unesco também prestou tributo ao tributo ao líder português, afirmando que Jorge Sampaio foi um defensor excepcional da liberdade e da diversidade.
A trajetória política de Jorge Fernando Branco Sampaio começou na capital portuguesa. Lutou pelo fim da didatura de Salazar e mais tarde, foi presidente da Câmara de Lisboa entre 1990 e 1995.
Integrante do Partido Socialista, assumiu a presidência de Portugal por dois mandatos consecutivos de 1996 a 2006. E foi exatamente na presidência que os caminhos de Sampaio e do atual secretário-geral da ONU, António Guterres, se cruzaram. Quando Sampaio chegou ao Palácio de Belém, Guterres já era primeiro-ministro de Portugal.
O ex-presidente terá um funeral com honras de chefe de Estado. O velório acontece neste sábado, no antigo Museus dos Coches, no bairro de Belém, em Lisboa. A cerimônia fúnebre terá lugar no domingo, nos Claustros do Mosteiro dos Jerónimos.