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Antes do G-7, Guterres pede apoio urgente contra Covid-19 e mudança climática  BR

O secretário-geral da ONU, António Guterres, exige medidas ousadas e novas políticas para enfrentar a mudança climática
Foto: ONU/Evan Schneider
O secretário-geral da ONU, António Guterres, exige medidas ousadas e novas políticas para enfrentar a mudança climática

Antes do G-7, Guterres pede apoio urgente contra Covid-19 e mudança climática 

Assuntos da ONU

Chefe ONU participa de reunião com chefes de Estado e governo, neste fim de semana, no Reino Unido; secretário-geral diz que imunização contra Covid-19 tem sido muito desigual e injusta; para ele, próxima Conferência do Clima, marcada para novembro na Escócia, será uma das últimas oportunidades para conter a mudança climática.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, apontou esta sexta-feira os temas da vacinação contra a Covid-19 e mudança climática como destaques para o encontro do G-7, marcado para este fim de semana no Reino Unido. 

Falando a jornalistas, em Londres, o chefe da ONU afirmou que “as vacinas devem ser consideradas bens públicos globais.” Para ele, esta “não é apenas uma questão de equidade e justiça, mas também de eficiência.” 

Vacinas 

Para Guterres, “tem sido muito desigual e muito injusto o modo como imunização está ocorrendo no mundo”, mas ele disse estar “animado” com os anúncios que foram feitos antes da reunião do G-7. 

Líderes das sete maiores economias mundiais em Biarritz, na França, durante a reunião de 2019 do G7.
Casa Branca/Andrea Hanks
Líderes das sete maiores economias mundiais em Biarritz, na França, durante a reunião de 2019 do G7.

O Fundo Monetário Internacional, FMI, e o Banco Mundial, para a Organização Mundial da Saúde, anunciaram um programa de US$ 50 bilhões para apoiar a vacinação em países em desenvolvimento. A quantia será destinada à Organização Mundial da Saúde, OMS, e à Organização Mundial do Comércio, OMC. 

O anúncio recente de que os Estados-membros do G-7 esperam atingir o compromisso de 1 bilhão de doses para os países em desenvolvimento. 

O secretário-geral lembrou a necessidade de um plano global de vacinação, produzido por uma força-tarefa de emergência apoiada pela OMS, a Aliança Gavi, AVI, instituições financeiras internacionais e indústria farmacêutica. 

Guterres acredita que isso permitiria, pelo menos, dobrar a capacidade de produção de vacinas no mundo, criar um mecanismo de distribuição equitativa e lidar com questões de propriedade intelectual e cadeias de abastecimento.  

Mudança climática  

Ao se referir à mudança climática, que será tema de outra conferência também no Reino Unido, em novembro, o chefe da ONU disse que o mundo já tem um aumento médio da temperatura em relação aos níveis pré-industriais de 1,2º C, muito próximo do limite de 1,5º C.  

Guterres disse que o mundo está à beira do abismo e, quando se está à beira do abismo, “é preciso  ter certeza de que o próximo passo é na direção certa.” 

O secretário-geral destacou o compromisso dos países do G-7 com emissões líquidas zero em 2050 e esforços semelhantes dos países do G-20. Segundo ele, isso mostra que o mundo está “no caminho que precisa estar.” 

Ele também lembrou o compromisso de US$ 100 bilhões de apoio todos os anos aos países em desenvolvimento. Segundo ele, neste encontro é preciso “esclarecer como esses US$ 100 bilhões vão se materializar.” 

O secretário-geral da ONU, António Guterres, na Cimeira do G7 em Biarritz, França, em agosto de 2019
Présidence de la République/Soazig de la Moissonniere
O secretário-geral da ONU, António Guterres, na Cimeira do G7 em Biarritz, França, em agosto de 2019

Sucesso 

Para Guterres, “este é um elemento muito importante” para garantir o sucesso da próximo Conferência do Clima da ONU, COP-26, na Escócia. 

Nesse momento, o apoio à adaptação no financiamento do clima é de cerca de 21% de todo o financiamento.  

Guterres propôs que, até 2024, esse número suba para 50%.  

Para terminar, o secretário-geral afirmou ter esperança de que esta reunião ajude a preparar o caminho para novas e importantes decisões que virão.  

Segundo ele, isso é “absolutamente essencial” porque a COP26 em Glasgow “é, em muitos aspectos, a última oportunidade” para conter a mudança climática.