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ONU lança Semana de Ação contra Trabalho Infantil, que afeta 1 em cada 10 crianças  BR

O jovem criador de gado Kuoi Malak e sua irmã guiam seus bezerros em um acampamento de gado em Lulwuot, Yirol, Sudão do Sul
FAO
O jovem criador de gado Kuoi Malak e sua irmã guiam seus bezerros em um acampamento de gado em Lulwuot, Yirol, Sudão do Sul

ONU lança Semana de Ação contra Trabalho Infantil, que afeta 1 em cada 10 crianças 

Direitos humanos

Iniciativa marca Dia Mundial contra o Trabalho Infantil neste 12 de junho; organização quer que líderes internacionais, e personalidades assumam novos compromissos para eliminar a prática. 

Um apelo global para proteger crianças do trabalho é feito pela ONU neste 12 de junho, Dia Mundial contra o Trabalho Infantil. 

Esta é a primeira realização da data desde a ratificação universal da Convenção Nº 182 da Organização Internacional do Trabalho, OIT, sobre as Piores Formas de Trabalho Infantil. 

Problema 

As Nações Unidas pedem a instituições, indivíduos, personalidades e governos para assumirem novos compromissos de acabar com o problema. 

Trabalho infantil atinge a taxa mais alta em 20 anos

Para marcar a data, a ONU lança uma “Semana de Ação” para que seus parceiros possam demonstrar o progresso no cumprimento de suas “Promessas de Ação para 2021”. 

O relatório “Trabalho Infantil: Estimativas Globais 2020, Tendências e Futuro”, divulgado nesse 10 de junho, revela que o número de crianças trabalhando aumentou 8,4 milhões nos últimos quatro anos. 

Problema 

Atualmente, uma em cada 10 crianças no mundo é vítima do trabalho infantil. 

Ao todo, são 160 milhões de vítimas do trabalho infantil, a taxa mais alta em 20 anos. O recorde reverte os avanços feitos nas últimas décadas. Entre 2000 e 2016, a quantidade de crianças nessa situação havia caído para 94 milhões. 

Por causa da Covid-19, cerca de 9 milhões de meninos e meninas correm risco de terem que trabalhar até o fim de 2022. 

A meta 8.7 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU exige o fim do trabalho infantil em todas as suas formas até 2025.  

Regiões 

A África é a região mais afetada por este problema, tanto em porcentagem de crianças em trabalho infantil, cerca de 20%, como em número absoluto de crianças nessas condições, com cerca de 72 milhões. 

Crianças trabalhando em uma mina em Kivu do Sul, na República Democrática do Congo
© Unicef/Patrick Brown
Crianças trabalhando em uma mina em Kivu do Sul, na República Democrática do Congo

A Ásia e o Pacífico ocupam o segundo lugar, com 7% de todas as crianças, cerca de 62 milhões de meninos e meninas, vítimas desta prática. 

Juntas, as regiões da África, Ásia e Pacífico respondem por quase nove em cada 10 crianças. 

O problema afeta 11 milhões de menores nas Américas, 6 milhões na Europa e Ásia Central e 1 milhão nos países árabes.  

Em termos de incidência, esses números representam 5% nas Américas, 4% na Europa e Ásia Central e 3% nos países árabes. 

Embora a porcentagem de crianças seja mais alta em nações de baixa renda, os números totais são maiores nos países de renda média, onde a situação afeta 9% de todas as crianças.