Conselho de Segurança quer vacinação contra Covid em áreas de conflitos
Resolução, apresentada pelo Reino Unido, presidente do órgão em fevereiro, foi aprovada por unanimidade; OMS diz que todos os países devem imunizar nos primeiros 100 dias deste ano; em Nova Iorque, chefe da ONU recebe segunda dose.
O Conselho de Segurança aprovou, por unanimidade, uma resolução pedindo que todos os Estados-membros apoiem acordos de cessar-fogo para permitir a vacinação contra a pandemia em áreas de conflito.
A resolução foi apresentada pelo Reino Unido, que ocupa a presidência rotativa do órgão.
Importância
O texto exige que "todas as partes em conflitos armados façam, imediatamente, uma pausa humanitária durável, extensa e sustentada” para facilitar, entre outras coisas, a entrega equitativa, segura e desimpedida de vacinas contra a Covid-19 em áreas de conflito.
O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, saudou a decisão, mas disse que “passos concretos devem ser tomados, como quebrar patentes e propriedade intelectual, para aumentar produção, a cobertura das vacinas e eliminar o vírus o mais rapidamente possível.”
Ele disse que “o Conselho de Segurança pode fazê-lo, se existir vontade política”, mas que existe “falta de cooperação” e “resistência séria” ao tema.
Em abril, o secretário-geral, António Guterres, lançou um apelo para um cessar-fogo global para lutar contra a pandemia.
Vacinação
Na quarta-feira, Gana se tornou o primeiro país fora da Índia a receber doses da vacina Covid-19 através da Covax. Esta sexta-feira, a Cote d’Ivoire, também conhecida como Costa do Marfim, recebeu seus primeiros lotes.
Tedros disse que “mais doses serão enviadas a mais países nos próximos dias e semanas.”
A OMS tem o objetivo de iniciar a vacinação em todos os países nos primeiros 100 dias deste ano.
Ele disse que “agora, é a hora de usar todas as ferramentas para aumentar a produção, incluindo licenciamento e transferência de tecnologia e, quando necessário, isenções de propriedade intelectual.”
Resposta
Para a OMS, as vacinas são uma ferramenta muito poderosa, e o mundo continua precisando acelerar a distribuição de diagnósticos rápidos, oxigênio e do medicamento dexametasona, usado para tratar a doença.
Na quarta-feira, a OMS lançou o seu Plano Estratégico de Preparação e Resposta para 2021, que descreve seis objetivos e os 10 pilares essenciais da resposta.
Secretário-geral
Nesta sexta-feira, em Nova Iorque, o secretário-geral, António Guterres, recebe sua segunda vacina contra a Covid-19, numa escola do Bronx.
No local, Guterres deverá conversar com o gerente do Departamento de Saúde da Cidade de Nova Iorque. Guterres, de 72 anos, está no grupo de pessoas acima de 65 e que têm prioridade de imunização.
Na quinta-feira, o presidente da Assembleia Geral, Volkan Bozkir, também recebeu a segunda dose.