“Não há tempo a perder”, ONU renova apelo sobre urgência climática
Secretário-geral participou de evento com líderes globais sobre mais ambição para o clima; para organização, se nada for feito, mundo viverá “sofrimento inimaginável”.
As Nações Unidas realizaram esta quinta-feira uma Mesa Redonda de Alto Nível sobre Ambição Climática à margem da 75ª. Assembleia Geral. No encontro virtual, o secretário-geral alertou sobre o aumento de eventos climáticos extremos: desde incêndios florestais a cheias recordes.
António Guterres citou o recente relatório da Organização Meteorológica Mundial, OMM, destacando “o nível histórico” de emissões de dióxido de carbono de combustíveis fósseis e incêndios florestais em 2019. A taxa esteve 62% acima de 1990.
Planos
Guterres apontou três prioridades urgentes para líderes mundiais, governos, empresas, financiadores, sociedade civil e juventude. A primeira é que os planos de recuperação da pandemia sejam sustentáveis e abordem a mudança climática.
Em segundo lugar, o secretário-geral disse que é preciso proteger as economias e sociedades agindo de acordo com dados científicos. Já a terceira é que sejam priorizadas as pessoas e comunidades mais vulneráveis.
Ele apelou aos países a considerar os riscos climáticos em todas as decisões financeiras e políticas. Guterres disse ainda que os pacotes de recuperação da Covid-19 precisam acelerar a descarbonização da economia global.
Para ele, a transição para a energia renovável gerará três vezes mais empregos do que os combustíveis fósseis. E “as possibilidades de uma economia azul sustentável ainda não foram exploradas”.
Ação Climática
Guterres lembrou a Cúpula de Ação Climática há um ano. Nela, líderes dos governos nacional e local, sociedade civil, bancos e empresas “se uniram para liderar uma ação real em direção a uma economia resiliente de zero carbono até 2050”.
Ele espera que a reunião de líderes internacionais, empresas e sociedade civil para marcar o quinto aniversário do Acordo de Paris, em 12 de dezembro, continue a elevar a ambição climática.
Para Guterres, as ações de resiliência e adaptação não recebem o financiamento necessário para atividades como treinamento profissional e partilha de habilidades para as pessoas e incentivos fiscais para empresas. A resposta à atual “crise existencial é uma ação rápida, decisiva, intensificada e solidária entre as nações.”
O chefe da ONU alertou que se o mundo continuar no ritmo atual, será inimaginável a escala do sofrimento global devido a distúrbios climáticos.
Compromisso
Guterres realçou ainda que a emergência climática está totalmente sobre o mundo e “não há tempo a perder”. Para ele, a resposta à crise existencial é “uma ação rápida, decisiva, intensa e solidária entre as nações”.
Outro apelo do chefe da ONU é que haja um compromisso imediato com “uma ação climática abrangente que possa lançar as bases para um mundo de saúde, segurança e prosperidade para todos.”