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Unesco apoia combate a incêndios no Pantanal para proteger patrimônios naturais  BR

A onça-pintada está entre espécies ameaçadas de extinção
Foto: Victor Utreras/ Pnud Equador
A onça-pintada está entre espécies ameaçadas de extinção

Unesco apoia combate a incêndios no Pantanal para proteger patrimônios naturais 

Clima e Meio Ambiente

Fundo de Resposta Rápida coopera com autoridades brasileiras visando impedir que o fogo atinja Patrimônio Mundial Natural; região é a maior área úmida tropical do mundo; estima-se que 1,6 milhão de hectares já foram destruídos; espécies ameaçadas incluem onças-pintadas, tatu-canastra, tamanduá-bandeira, ariranha, cervo-do-pantanal e arara-azul-grande.

A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, está ajudando a proteger o Patrimônio Mundial Natural da Área de Conservação do Pantanal, no Brasil, que está sendo atingido por incêndios florestais. 

Segundo a agência da ONU, “incêndios sem precedentes estão afetando o Pantanal, com inúmeras espécies ameaçadas de extinção e um ecossistema altamente valioso.” 

Floresta Amazônica mais emite do que captura CO2
© M & G Therin-Weise
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Apoio 

A região do Pantanal é a maior área úmida tropical do mundo, localizada principalmente no Brasil, mas também se estendendo pela Bolívia e Paraguai

A Unesco está usando o Fundo de Resposta Rápida, FFR, uma iniciativa em parceria com a ONG Fauna e Flora Internacional, FFI. 

Diversas instituições governamentais e não-governamentais colaboram para o manejo dos incêndios, mas os recursos são insuficientes. O Fundo já disponibilizou US$ 37.745 ao Instituto Homem Pantaneiro, uma das principais organizações de preservação natural.  

O recurso deve fortalecer as equipes de combate com equipamentos inovadores, como bombas flutuantes de alta pressão desenvolvidas para irrigação e extinção de incêndios florestais. 

Estes equipamentos são altamente eficientes e adequados ao contexto local, pois podem circular nas vias navegáveis, como rios, facilitando acesso a áreas remotas. O uso de aeronaves também deve reforçar a ação. 

Ribeirinhos 

Além de proteger o ecossistema, a ação também de preservar as residências locais e os barcos dos ribeirinhos, incluindo membros da etnia indígena Guató. 

Essas áreas protegem inúmeras espécies ameaçadas, como onças-pintadas, tatu-canastra, tamanduá-bandeira, ariranha, cervo-do-pantanal e arara-azul-grande, a maior espécie de papagaio. 

Os principais parceiros do projeto são o Governo Federal Brasileiro, o Governo do Estado de Mato Grosso e o Sistema Nacional de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais, Prevfogo, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, Ibama. 

Sede da Unesco, em Paris
Fundo de Resposta Rápida, FFR, é uma iniciativa da Unesco em parceria com a ONG Fauna e Flora Internacional, Unesco

Outros parceiros relevantes são a Rede Brasileira de Reservas da Biosfera e a Reserva da Biosfera do Pantanal. 

Importância 

A região do Pantanal é a maior área úmida tropical do mundo, localizada principalmente no Brasil, mas também se estendendo pela Bolívia e Paraguai. 

A região considerada Patrimônio Mundial Natural faz parte de uma área maior chamada Reserva da Biosfera do Pantanal, que cobre uma parte considerável do Pantanal brasileiro com grande importância ecológica. 

Uma fraca estação chuvosa no ano passado levou o rio Paraguai a seu nível mais baixo em 50 anos. A falta de chuva, acompanhada por um estado atual de baixa umidade e altas temperaturas, resultou em incêndios arrasadores. Estima-se que 1,6 milhão de hectares já tenham sido destruídos. 

Ventos fortes e a localização dos incêndios significam que o local está em grave perigo. Isso representa uma ameaça existencial para a biodiversidade da floresta. Animais que não podem se mover rapidamente, como, jacarés, cobras e antas correm maior risco. 

Futuro 

A doação do Fundo de Resposta Rápida também deverá ajudar a desenvolver capacidades para lidar com futuros incêndios. 

A Unesco diz que este é “um legado importante, porque estes eventos devem se tornar mais comuns com as mudanças climáticas e condições meteorológicas extremas.”