Líder indígena brasileiro lamenta perda de conhecimento de idosos devido à Covid-19
Em declarações à ONU News, o representante Marcos Terena lembra o impato que a pandemia está tendo nos povos nativos de todo o mundo; este domingo, 9 de agosto, é Dia Internacional dos Povos Indígenas; veja o depoímento do líder na íntegra.
"É muito triste, mas a coronavírus, a Covid-19, finalmente chegou nas nossas aldeias, nas nossas comunidades, trazendo transtornos.
Aquilo que se chama pandemia a gente viu nossas famílias correndo de um lado para o outro sem saber a quem pedir socorro, sem saber como se tratar. Não se conhece essa doença, ninguém conhece, não existe remédio, e o sistema de proteção do índio simplificou a solução do problema, com as máscaras.
É uma doença tão perigosa, que veio para matar, sobretudo os nossos anciãos, uma questão que nos preservamos, porque ali está a nossa ciência, o nosso conhecimento, a nossa ancestralidade, as nossas memórias, e são eles que estão morrendo primeiro.
É preciso que a gente pense qual o caminho a seguir enquanto os governos, as empresas, os países estão disputando e manipulando essa doença enquanto poder econômico. Enquanto nós, indígenas, estamos querendo debater a questão humanitária. Os direitos humanos, direitos a vida, qualidade de vida, nas nossas terras, e por isso lutamos pelas terras, onde estão 80% da biodiversidade do mundo. É com essa moeda, essa forma de ver, de trazer qualidade de vida para a humanidade, que queremos construir o chamado mundo melhor.”