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São Tomé e Príncipe prepara recuperação da pandemia protegendo ambiente BR

Porto em São Tomé e Príncipe. Um dos objetivos é reduzir importações de petróleo
Unctad/Jan Hoffmann
Porto em São Tomé e Príncipe. Um dos objetivos é reduzir importações de petróleo

São Tomé e Príncipe prepara recuperação da pandemia protegendo ambiente

Clima e Meio Ambiente

Agências da ONU apoiam plano energético que quer chegar a 50% de energias renováveis até 2030; objetivo é combater dependência de exportação de petróleo; país tem um dos preços mais altos de eletricidade na África Subsaariana.

A Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial, Unido, está trabalhando com o governo de São Tomé e Príncipe para implementar um projeto que promove investimentos em energia renovável e eficiência energética.

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, o Banco Mundial e o Banco Africano de Desenvolvimento também são parceiros da iniciativa. O projeto começou em 2019 e termina em 2023.

Apoio 

O plano estratégico do país para 2030 enfatiza a integração de energias renováveis e eficiência energética, afastando o país da dependência de petróleo importado. Um dos objetivos é atingir 50% de energia renovável em grande escala. 

Um especialista em energia sustentável da Unido, Martin Lugmayr, disse que "apesar do vasto potencial, o ponto de partida é um desafio, pois a experiência do país é limitada a pequenas centrais hidrelétricas coloniais."

O país tem um dos preços mais altos de eletricidade na África Subsaariana. O sector permanece subsidiado, as tarifas não refletem os custos e o encargo financeiro afeta a estabilidade macroeconómica. Cerca de 20% da população nas áreas rurais ainda não tem acesso à eletricidade. 

O Coordenador Nacional de Projetos da Diretoria de Recursos Naturais e Energia, Gabriel Makengo, disse que “atualmente, não existe uma política nacional de energia que abranja todo o setor.” Ele destaca várias barreiras, como falta de políticas e regulamentação, capacidade institucional, conhecimento e conscientização.

O especialista da Unido diz que “ninguém sabe como a pandemia ocorrerá em todo o mundo ou como afetará São Tomé e Príncipe a longo prazo”, mas o projeto deve permitir que os escassos recursos do país possam ser usados em desenvolvimento socioeconômico, adaptação às mudanças climáticas e cuidados de saúde.

Desafios

De pequena dimensão, longe de grandes mercados e com pouca diversidade econômica, São Tomé e Príncipe enfrenta uma série de desafios.

Como muitos outros Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, Sids, o país também está lidando com os efeitos da mudança climática, como o aumento do nível do mar.

Agora, a pandemia de covid-19 paralisou, de forma temporária, o turismo. A redução da atividade marítima também levou à interrupção das cadeias de suprimentos, vitais para a exportação de cacau e café e importação de produtos manufaturados.

Seguindo o pedido do secretário-geral, António Guterres, São Tomé e Príncipe prepara agora a recuperação. O chefe da ONU propôs uma série de ações relacionadas ao clima para moldar a resposta dos países.