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OMS autoriza quatro países africanos a usar vacina contra o ebola BR

Enfermeira prepara vacinação de criança no Kivu Norte, na RD Congo
Unicef/Thomas Nybo
Enfermeira prepara vacinação de criança no Kivu Norte, na RD Congo

OMS autoriza quatro países africanos a usar vacina contra o ebola

Saúde

Mais de 290 mil pessoas foram imunizadas antes da licença comercial do novo produto para travar surto na RD Congo; Burundi, Gana e Zâmbia têm luz verde para usar imunização com eficácia de 97,5%.

Quatro países africanos sob risco de registrar surtos ebola têm permissão da Organização Mundial da Saúde, OMS, para a circulação da vacina Ervebo que combate a doença. O produto foi desenvolvido pela farmacêutica Merck.

Funcionários de saúde em centro de tratamento do ebola em Katwa, na RD Congo
Funcionários de saúde em centro de tratamento do ebola em Katwa, na RD Congo. Foto: ONU/Martine Perret

A vacina já pode ser armazenada e distribuída na República Democrática do Congo, RD Congo, no Burundi, em Gana e na Zâmbia. A autorização foi dada três meses após a pré-qualificação pela OMS.

Eficácia

A agência destaca que a vacina mostrou uma eficácia de 97,5% nos testes preliminares. De acordo com esses resultados, ela reduz a possibilidade de morte dos que já foram infetados.

Nas próximas semanas, espera-se que mais países venham a registrar a vacina. Uma vez disponível na quantidade autorizada, cada nação dispensará quaisquer ensaios clínicos ou protocolos de pesquisa para usá-la.

O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse que a aprovação da vacina contra o ebola é um outro marco no combate à doença. Para ele, a África mobilizou-se, arduamente, para consolidar o progresso e salvar seu povo da doença.

A agência da ONU acelerou o registro e a implantação da vacina certificando que esta cumpria seus padrões de qualidade, segurança e eficácia. O novo processo de  pré-qualificação de vacinas foi anunciado em novembro passado.

Medidas

Para alcançar esta meta, houve coordenação de exames científicos com autoridades nacionais. Para abreviar essas medidas, a OMS atuou com o Fórum Africano de Regulamentação de Vacinas, a Agência Europeia de Medicamentos e a farmacêutica Merck.

Para a representante da OMS para a África, Matshidiso Moeti, a rápida aprovação da vacina contra o ebola pelos países da região ajuda a garantir que este produto “esteja disponível quando e onde for mais necessário”. Ela elogiou a colaboração que considera “um modelo para outras prioridades de saúde”.

No atual surto de ebola na RD Congo, mais de 290 mil pessoas foram vacinadas sob os protocolos do chamado uso compassivo, quando a vacina é aplicada sem ter sido licenciada comercialmente.

A OMS destacou que quando as doses autorizadas já estiveram disponíveis em território congolês, o uso da vacina não exigirá que sejam observados os protocolos previstos.