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Ocha: chuvas fortes e inundações mataram pelo menos 28 pessoas em Moçambique BR

Mais de 58,8 mil foram afetadas pelas chuvas fortes, ventos e inundações que atingem Moçambique desde dezembro passado.
ONU Moçambique
Mais de 58,8 mil foram afetadas pelas chuvas fortes, ventos e inundações que atingem Moçambique desde dezembro passado.

Ocha: chuvas fortes e inundações mataram pelo menos 28 pessoas em Moçambique

Ajuda humanitária

Mais de 58,8 mil foram afetados; enchentes danificaram 10,2 mil casas a plantações; agência da ONU alertou que nível da água começou a subir nos distritos da cidade da Beira, Buzi e Nhamatanda, atingidos pelo ciclone Idai em março de 2019.

O Escritório das Nações Unidas de Assistência Humanitária, Ocha, informou que pelo menos 28 pessoas morreram e mais de 58,8 mil foram afetadas pelas chuvas fortes, ventos e inundações que atingem Moçambique desde dezembro passado.

As províncias mais prejudicadas foram de Zambézia, Cabo Delgado e Sofala.

Várias pontes importantes foram danificadas, incluindo a ponte sobre o rio Montepuez, em Cabo Delgado.
Várias pontes importantes foram danificadas, incluindo a ponte sobre o rio Montepuez, em Cabo Delgado. Foto: ONU Moçambique

Destruição

De acordo com a agência, mais de 10,2 mil casas foram danificadas ou destruídas. Pelo menos 47 escolas foram afetadas. O Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, Ingc, informou que 66 pessoas ficaram feridas desde o início das tempestades.

Várias pontes importantes foram danificadas, incluindo a ponte sobre o rio Montepuez, em Cabo Delgado, isolando as pessoas nas áreas vizinhas de serviços e assistência essenciais.

O Ocha alertou que o nível da água começou a subir na província de Sofala, principalmente nos distritos da cidade da Beira, Buzi e Nhamatanda, todos atingidos pelo ciclone Idai em março.

Zambézia

A Zambézia, província no centro do país, foi a que mais sofreu 17,432 atingidos. As inundações desde o início de 2020 danificaram a infraestrutura, destruíram as colheitas e deslocaram pessoas.

Atualmente, quase 2,3 mil hectares de plantações estão inundados em toda a província, menos de dois meses antes da colheita planejada para março.

De acordo com o Ingc, pontos de fornecimento de água também foram atingidos, especialmente nos bairros do distrito de Namacurra, que abriga pessoas reassentadas após o ciclone Idai. Na primeira semana de janeiro, mais de 180 abrigos foram arrastados pelas inundações nos locais de reassentamento.

Segundo a Organização Internacional para as Migrações, OIM, pelo menos 290 latrinas foram destruídas, aumentando o risco de doenças transmissíveis.

Cabo Delgado

No final de dezembro, ventos e chuvas causaram inundações em oito distritos de Cabo Delgado. Ao todo, 59 postes de eletricidade caíram e várias pontes foram danificadas.

Os meios de subsistência também foram afetados na província, com 40 barcos destruídos e 21 avariados, prejudicando mais de 1,2 mil pescadores no litoral.  

Cerca de 4 mil hectares de plantações foram alagados.

Algumas das áreas mais atingidas pelas inundações em Cabo Delgado, incluindo o distrito de Quissanga, ainda estavam se recuperando do ciclone tropical Kenneth, que atingiu a província em abril de 2019. O Ocha diz que as inundações também podem aumentar as necessidades das 60 mil pessoas deslocadas ou afetadas pela violência na província desde outubro de 2017.

Sofala

Na província de Sofala, fortes chuvas causaram inundações repentinas e fluviais desde o mês passado, afetando algumas das regiões mais atingidas pelo ciclone Idai em março do ano passado.  Essas áreas incluem bairros onde as pessoas foram reassentadas após o ciclone.

O Ocha apontou que várias estradas estão intransitáveis ​​e o acesso a aldeias remotas no distrito de Buzi está limitado.

A OIM informou que mais de 3.676 abrigos nos locais de reassentamento em Sofala foram avariados, incluindo quase 500 que foram completamente destruídos após fortes chuvas em 10 de dezembro.

Na Beira, cerca de 300 pessoas se abrigaram em três escolas diferentes durante a noite de 20 de janeiro, quando suas casas foram inundadas. A maioria retornou para casa no dia 21 de janeiro, quando a água recuou, mas cerca de 10 famílias ainda estão na Escola Matadouro.