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ONU defende custos mais baixos de tratamento no Dia Mundial da Diabetes BR

Um profissional de saúde verifica os níveis de açúcar no sangue de um paciente diabético.
OMS/A. Loke
Um profissional de saúde verifica os níveis de açúcar no sangue de um paciente diabético.

ONU defende custos mais baixos de tratamento no Dia Mundial da Diabetes

Saúde

Doença metabólica afeta mais de 420 milhões de pessoas; nova iniciativa da OMS pretende baixar preços da insulina; alguns fabricantes dizem que poderiam baixar os preços do hormônio.

As Nações Unidas marcam este 14 de novembro o Dia Mundial da Diabetes destacando o alto impacto que os gastos médicos têm sobre os pacientes.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, lembra que a doença prejudica a saúde e as aspirações das pessoas na educação e no trabalho. A doença também afeta comunidades, impactando famílias que enfrentam dificuldades econômicas por causa dos custos médicos.

Compromisso

O chefe da ONU reiterou o apoio das Nações Unidas aos que vivem com diabetes no mundo e reafirmou o compromisso na luta em prol de suas necessidades e do bem-estar, trabalhando para alcançar a meta de saúde para todos.

OMS dstaca que algumas empresas já se comprometeram em baixar os preços da insulina.
OMS destaca que algumas empresas já se comprometeram em baixar os preços da insulina. Foto: OMS/Opas/Sebastián Oliel

Mais de 420 milhões de pessoas vivem com diabetes. A doença causa complicações e debilidades físicas como ataques cardíacos, derrames cerebrais, insuficiência renal, miopia, cegueira e amputações.

Nas vésperas da data, a Organização Mundial da Saúde, OMS, apresentou um projeto para tornar a insulina mais barata. O hormônio regula a glicose no sangue. 

A descoberta da substância artificial com mesmas propriedades que a produzida pelos humanos aconteceu em 1921. O tratamento foi incluído na lista de medicamentos essenciais da agência em 1977.

Rendimentos

Atualmente, a produção de insulina é controlada por três fabricantes e essa situação encarece o produto. No país africano Gana, por exemplo, o uso da insulina pode corresponder a 5,5 dias de salário, ou 22% dos rendimentos mensais.

Segundo a OMS, mesmo em países mais desenvolvidos, várias pessoas acabam usando menos insulina do que o necessário e com isso, correm o risco de morrer ou ter complicações.

Com a nova iniciativa, a agência da ONU quer que a indústria diversifique a produção mundial de insulina fabricando mais genéricos.

O controle dos níveis de glucose e lipídios ajudam os diabéticos a viver vidas longas e saudáveis.
O controle dos níveis de glucose e lipídios ajudam os diabéticos a viver vidas longas e saudáveis., by Opas/OMS

Um estudo feito em 24 países de quatro continentes constatou que a insulina está disponível em 61% dos centros de saúde.

Fabricantes

Com o projeto-piloto de dois anos, a agência deverá avaliar a insulina desenvolvida pelos fabricantes para garantir sua qualidade, segurança, eficácia e acessibilidade.

Com um crescente interesse dos fabricantes e maior disponibilidade do produto para os diabéticos, o sistema poderia se tornar mais amplo.

Esse procedimento é conhecido como pré-qualificação e  já foi usado para produzir vacinas sem marca e remédios para tratar doenças como tuberculose, malária e HIV.

Vários pacientes relataram ter economizado custos para tratamento de diversas doencas crônicas. Até  80% das pessoas tratadas contra o HIV usam produtos genéricos.

Genéricos

A diretora de regulação de medicamentos da OMS, Emer Cooke, disse que alguma coisa deve ser feita para resolver a questão. Ela acrescentou que a prevalência da diabetes está aumentando, que há pouca insulina disponível  e que é caro tratar a doença.

Cooke destacou que algumas empresas já se comprometeram em baixar os preços da insulina.

ONU reafirma compromisso na luta em prol de necessidades do bem-estar de diabéticos.
Foto: OMS/A. Esiebo
ONU reafirma compromisso na luta em prol de necessidades do bem-estar de diabéticos.