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ONU precisa de US$ 1,35 bilhão para apoiar venezuelanos BR

María, na cadeira de rodas, com o marido e o neto. Eles passaram dez dias viajando pela Colômbia, e agora chegam à fronteira com o Equador para se reunir com parentes.
© Acnur/Jaime Giménez Sánchez
María, na cadeira de rodas, com o marido e o neto. Eles passaram dez dias viajando pela Colômbia, e agora chegam à fronteira com o Equador para se reunir com parentes.

ONU precisa de US$ 1,35 bilhão para apoiar venezuelanos

Migrantes e refugiados

Valor global inclui US$ 88 milhões para migrantes e refugiados da Venezuela que vivem no Brasil; doações internacionais também devem beneficiar comunidades brasileiras que são diretamente impactadas pela crise.

Agências das Nações Unidas precisam de US$ 1,35 bilhão para oferecer apoio humanitário a venezuelanos e comunidades de acolhida no próximo ano.

De acordo com o  Plano Regional de Resposta a Refugiados e Migrantes 2020,  a meta é fazer chegar ajuda a 4 milhões de cidadãos da Venezuela e suas comunidades anfitriãs em 17 países da América Latina e do Caribe.

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Equipe do Acnur presta assistência aos refugiados e migrantes venezuelanos que cruzam da Colômbia para o Equador, antes da implementação de novas leis de vistos. Foto: © Acnur/Jaime Giménez Sánchez

Retorno

Cerca de 4,6 milhões de venezuelanos vivem em todo o mundo, segundo a Agência da ONU para Refugiados, Acnur, e Organização Internacional para Migrações, OIM.  Deste número, 80% estão em nações latino-americanas sem previsão de retorno a curto ou médio prazo.

De acordo com as agências, se as tendências atuais se mantiverem, esse total pode chegar a 6,5 milhões de pessoas até o final do próximo ano.

Cerca de 137 agências deverão realizar atividades previstas no plano em áreas como saúde, educação, alimentação, água, transporte entre outras. Além de responder a emergências, a comunidade humanitária quer facilitar a integração social e econômica dos refugiados e migrantes da Venezuela.

Crise

Para o representante especial do Acnur e OIM para refugiados e migrantes venezuelanos, Eduardo Stein, “somente uma atuação coordenada e harmonizada poderá atender às necessidades de larga escala de forma eficaz”. Mas lembrou que a situação continua aumentando e evoluindo com a piora da crise.

Para Stein, o novo apelo para 2020 “é um dos principais instrumentos para mobilizar recursos para ações coletivas e coordenadas.”

O enviado lembrou que existem esforços e iniciativas em prol de venezuelanos, mas alertou que a “dimensão do problema é maior do que a resposta”. Stein quer mais apoio de governos, “com foco nas preocupações de desenvolvimento, além das necessidades humanitárias imediatas”.

Migrantes venezuelanos na ponte Rumichaca, que liga Equador e Colômbia
Acnur/Jaime Giménez Sánchez de la Blanca
Migrantes venezuelanos na ponte Rumichaca, que liga Equador e Colômbia

Emergência

O representante do Acnur no Brasil, José Egas destacou que o país implementa a Operação Acolhida apoiando cidadãos venezuelanos. O novo plano de doações inclui US$ 88 milhões que no Brasil, “serão gerenciados e utilizados por 40 organizações em mais de 500 atividades de resposta à emergência humanitária”.

De acordo com o chefe da OIM no Brasil, Stéphane Rostiaux, o auxílio deverá beneficiar mais de 216 mil venezuelanos no Brasil e comunidades brasileiras que são diretamente impactadas pela situação.