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Moçambique junta 700 parceiros para obter fundos para reconstrução após ciclones

O primeiro dia da Conferência Internacional de Doadores reuniu centenas de participantes
ONU Moçambique
O primeiro dia da Conferência Internacional de Doadores reuniu centenas de participantes

Moçambique junta 700 parceiros para obter fundos para reconstrução após ciclones

Ajuda humanitária

Coordenador Humanitário das Nações Unidas no país reafirma apoio para fase de reconstrução e recuperação; vítimas nas áreas afetadas pelos Ciclones Idai e Kenneth chegam a 1,85 milhões de pessoas.*

As Nações Unidas apoiam Conferência Internacional de Doadores para garantir o apoio à reconstrução após a devastação causada pelos Ciclones Idai e Kenneth, registados na província de Sofala e Cabo Delgado.

Na conferência que inicia esta sexta-feira na cidade da Beira, província central de Sofala, são esperados cerca de 700 participantes de organizações internacionais, parceiros de desenvolvimento, do setor privado e da sociedade civil.

Marcoluigi Corsi, coordenador residente da ONU e coordenador humanitário em Moçambique.
Marcoluigi Corsi, coordenador residente da ONU e coordenador humanitário em Moçambique. Foto: reprodução

Desastres

Em conversa com ONU News em Maputo, o coordenador residente da ONU e coordenador humanitário em Moçambique, Marcoluigi Corsi, afirmou que o evento serve para reflexão e união após os desastres naturais registados no país.

“É uma ocasião para criar clima de confiança para depois juntos ajudar e apoiar as pessoas que ainda sofrem. Em tudo que estamos a fazer, a partir da fase humanitária, de emergência, da reconstrução, temos que por a pessoa no centro de tudo que estamos a fazer. Estamos juntos para apoiar aquelas pessoas que, infelizmente, foram afetadas pelos desastres naturais e estamos a fazer isso junto”.

Marcoluigi Corsi citou as prioridades para a fase pós-ciclones em vários setores, assim como para recuperar o impacto humano em comunidades afetadas em  províncias como Sofala, Manica, Tete, Zambézia, Inhambane, Nampula e Cabo Delgado.

“Os danos, as necessidades, as perdas...temos um valor de US$ 3,2 biliões para recuperar e reconstruir o setor de saúde, de transporte, da educação, da proteção social e todos aspetos onde precisamos sentar e continuar a trabalhar juntos com todos parceiros para dar uma resposta apropriada a fase de reconstrução”.

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Seis semanas

Os Ciclones Idai e Kenneth, atingiram Moçambique em março e abril de 2019 na primeira vez em que o país sofreu ciclones devastadores num período de seis semanas.

A resposta humanitária já atingiu quase 2 milhões de pessoas nas áreas afetadas no centro e norte de Moçambique. Corsi enumera os desafios da ação apoiada pelas Nações Unidas no país.

“Continuar apoiar os centro de reassentamento onde estão algumas famílias e milhares de pessoas, com condições básicas, quer dizer com comida, água, saneamento, medicamentos para que possam depois continuar a viver em condições adequadas, dignas e continuar procurar assistência para as famílias que estão em locais de difícil acesso para que ninguém fique para trás”.

A conferência organizada pelo Gabinete de Reconstrução Pós-ciclone terá o primeiro dia dedicado às discussões técnicas e o segundo às promessas de doadores em sessões lideradas pelo presidente de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi.

*De Maputo para ONU News, Ouri Pota.