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Guterres: “a batalha contra a mudança climática é a batalha da minha vida”

Secretário-geral da ONU conversou com estudantes em Suva, capital das Ilhas Fiji.
Foto: ONU/Mark Garten
Secretário-geral da ONU conversou com estudantes em Suva, capital das Ilhas Fiji.

Guterres: “a batalha contra a mudança climática é a batalha da minha vida”

Clima e Meio Ambiente

Nas Ilhas Fiji, secretário-geral participou em eventos para apelar à urgência da ação climática; chefe da ONU destacou papel vanguardista do país na “política internacional e defesa do clima e do mar.”

O secretário-geral da ONU afirmou esta quinta-feira que como avô, a batalha contra a mudança climática é a batalha da sua vida.

Guterres está de visita às Ilhas Fiji, onde participou numa série de eventos que pretendem chamar a atenção para a urgência da ação climática. Em mensagem, reiterou que o mundo não está a vencer “esta batalha” e insistiu, através da sua conta do Twitter, que é necessária “maior vontade política e urgente” para salvar o planeta e o futuro de todos.

António Guterres plantou uma árvore com o Presidente das Fiji,  Jioji Konrote.
António Guterres plantou uma árvore com o Presidente das Fiji, Jioji Konrote.Foto ONU/ Mark Garten

Encontros

O chefe da ONU interagiu com  jovens da Universidade do Pacífico Sul, falou com um grupo de mulheres líderes e fez uma viagem num barco tradicional "Uto Ni Yalo" na companhia do ministro para a Mudança Climática do país.

Depois de um encontro  com o presidente das Fiji, Guterres discursou no Parlamento onde destacou o papel de liderança das Ilhas Fiji no combate às alterações climáticas e o seu papel vanguardista na “política internacional e defesa do clima e do mar.”

No arquipélago que foi o primeiro país do mundo a ratificar o Acordo de Paris sobre Mudança Climática, Guterres lembrou que “milhares de pessoas sofreram com ciclones, inundações e secas, ou perderam suas casas, escolas ou plantações por causa da subida do nível do mar e das tempestades.”

Ele destacou ainda que “os mais pobres e vulneráveis ​​são sempre desproporcionalmente afetados, e esse tipo de desastres e suas consequências têm um impacto diferente e frequentemente mais sério sobre as mulheres e meninas.”

A visita de Guterres nas ilhas Fiji

Ação Climática

Após expressar “profundas condolências aos fijianos afetados pela mudança climática”, o chefe da ONU garantiu que a ONU trabalham na ação climática para os próximos 12 anos “para evitar uma potencial mudança climática irreversível.”

Guterres lembrou que os últimos quatro anos foram os mais quentes registados e que o clima vem mudando, sublinhando que o “financiamento é crucial para ajudar as comunidades e os países mais vulneráveis ​​do mundo.”

Para tal, será necessário apoiar os países mais vulneráveis com US$ 100 bilhões por ano “para apoiar a mitigação e a adaptação”. O secretário-geral recordou que é preciso “substituir os empregos nas indústrias tradicionais de combustíveis fósseis por alternativas mais limpas e saudáveis, para que a transformação seja inclusiva, lucrativa e justa.”

O líder da ONU elogiou o trabalho feito pelas Ilhas Fiji para garantir uma ação climática eficaz, que implica “estruturas legislativas sólidas, bem como órgãos legislativos que apoiem e implementem políticas e ações governamentais em todos os lugares.”

Guterres aproveitou ainda a ocasião para agradecer e elogiar o contributo do arquipélago na manutenção da paz da ONU, colocando uma coroa de flores em homenagem aos soldados da paz da região do Pacífico que morreram ao serviço da paz.